As transações bancárias de Nathalia Queiroz mostram detalhes de como seus salários da Câmara iam parar na conta de seu pai, Fabrício Queiroz. Entre janeiro de 2017 e outubro de 2018, quando estava lotada no gabinete de Jair Bolsonaro, a personal trainer manteve um padrão: repassava parte da remuneração um ou dois dias depois de tê-la recebido. Reportagem da Folha mostrou que ela interrompeu os depósitos após o suposto vazamento sobre relatório do Coaf que mencionava a família.
A dinâmica se dava quase sempre da mesma forma: Nathalia recebia o salário em sua conta no Banco do Brasil, transferia para sua conta no Itaú e, em seguida, mandava a maior parte para seu pai, no mesmo banco. De 22 repasses que fez no período, 17 seguiram o mesmo padrão.
Em fevereiro de 2018, por exemplo, a filha de Queiroz recebeu a remuneração no dia 21 e repassou ao pai no dia 22. Em março, viu o dinheiro cair na conta no dia 21 e transferiu no mesmo dia ao ex-assessor de Flávio. Em junho, recebeu dia 21 e depositou também no mesmo dia.
Amigo do presidente há mais de 30 anos, Queiroz é apontado pelo MP-RJ como o operador financeiro do esquema da “rachadinha”, prática que consiste no repasse de salário de assessores ao parlamentar. Todo o dinheiro vivo do esquema, segundo investigadores, pode ter sido usado para pagar despesas pessoais de Flávio.
Painel/Folha de S.Paulo
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