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* Salário de filha de Queiroz no gabinete de Bolsonaro não demorava mais do que 48h pra ir parar na conta do pai.

As transações bancárias de Nathalia Queiroz mostram detalhes de como seus salários da Câmara iam parar na conta de seu pai, Fabrício Queiroz. Entre janeiro de 2017 e outubro de 2018, quando estava lotada no gabinete de Jair Bolsonaro, a personal trainer manteve um padrão: repassava parte da remuneração um ou dois dias depois de tê-la recebido. Reportagem da Folha mostrou que ela interrompeu os depósitos após o suposto vazamento sobre relatório do Coaf que mencionava a família.
A dinâmica se dava quase sempre da mesma forma: Nathalia recebia o salário em sua conta no Banco do Brasil, transferia para sua conta no Itaú e, em seguida, mandava a maior parte para seu pai, no mesmo banco. De 22 repasses que fez no período, 17 seguiram o mesmo padrão.
Em fevereiro de 2018, por exemplo, a filha de Queiroz recebeu a remuneração no dia 21 e repassou ao pai no dia 22. Em março, viu o dinheiro cair na conta no dia 21 e transferiu no mesmo dia ao ex-assessor de Flávio. Em junho, recebeu dia 21 e depositou também no mesmo dia.
Amigo do presidente há mais de 30 anos, Queiroz é apontado pelo MP-RJ como o operador financeiro do esquema da “rachadinha”, prática que consiste no repasse de salário de assessores ao parlamentar. Todo o dinheiro vivo do esquema, segundo investigadores, pode ter sido usado para pagar despesas pessoais de Flávio.

Painel/Folha de S.Paulo
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