O prefeito de Barra do Mendes,
cidade a cerca de 540 km de Salvador, Armênio Sodré, conhecido como Galego do
MDB, usou um cinto para agredir manifestantes que na frente da casa dele, na
noite de sexta-feira (4). Uma mulher ficou ferida e com marcas da agressão pelo
corpo. Câmeras de segurança filmaram a ação.
O caso foi registrado na
Delegacia de Irecê, a 65 km de Barra do Mendes, e é investigado pela Polícia
Civil.
Os moradores estavam
protestando contra falta de ações de enfrentamento à Covid-19 na cidade. O
prefeito chegou de carro, já desceu do veículo com um cinto na mão e agrediu os
manifestantes. As pessoas correram. Uma mulher que ficou mais distante do grupo
acabou ferida. Simone Souza ficou com a mão sangrando e com marcas da agressão
pelo corpo.
“Quando a gente estava lá
em frente à casa dele, ele [prefeito] chegou, parou o carro, e já desceu do
carro dele por trás [das pessoas], todos correram quando viram ele. Eu fiquei
para trás porque a mulher dele me desviou atenção chamando meu nome. Foi quando
ele partiu para cima de mim com o chicote [cinto] na mão, me chicoteando várias
vezes. De imediato, vi minha mão sangrando e fui levada ao hospital de Barra do
Mendes”, contou Simone.
Ela relatou que o grupo
que fez o protesto é amigo de um paciente da cidade, que está com Covid-19 e
precisa de um respirador ou de transferência para uma unidade de saúde fora de
Barra do Mendes, e mais equipada para tratar a doença.
“Estamos indignados com nosso
amigo precisando de um respirador, sentindo falta de ar. Os grupos se
manifestaram para pedir ajuda as autoridades para arrumar vaga em Irecê ou em
Salvador. A gente ficou muito triste ao saber que tinha esse amigo da gente lá
precisando desse respirador, sendo que com o dinheiro do Covid ele [prefeito]
conseguiria trazer um respirados para nossa cidade”, afirmou Simone.
O que disse o prefeito
Em nota, o prefeito de
Barra do Mendes disse que as denúncias dos moradores de desvios de verbas
recebidas para o combate à Covid-19 na cidade não procedem.
Ele também conversou com a
TV Bahia por telefone. Galego do MDB afirmou que a verba vem sendo aplicada e
acompanhada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O prefeito disse ainda que
o protesto foi iniciado por uma comerciante que estava insatisfeita com um
decreto que determina o fechando do comércio até o domingo (6), por causa do
aumento de casos da Covid-19 na cidade.
Galego do MDB afirmou que
os manifestantes soltaram foguetes em direção à casa dele, pregaram cartazes no
portão e no muro da casa, esmurraram e chutaram o portão da residência,
assustando as filhas, uma criança e uma adolescente, além da mãe dele, que tem
mais de 90 anos e problemas de saúde.
Galego do MDB disse que
estava assustado com a situação e que agiu “intempestivamente” ao saber do
ocorrido. Ele admitiu que errou e pediu desculpa pela situação.
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