O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (30) que "não é competência" e "nem atribuição" do governo federal levar oxigênio para o Amazonas, que sofre com a falta do insumo para atender pacientes da Covid-19. Bolsonaro elogiou ainda a atuação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dizendo que "não há omissão" diante da crise.
De acordo com o presidente, o governo federal enviou
recursos financeiros para o estado enfrentar a crise. "Não é competência
nossa e nem atribuição levar o oxigênio pra lá, demos os meios", disse
Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou ainda que a chegada dos primeiros cilindros de
oxigênio enviados pelo governo federal aconteceu seis dias depois que o
ministro da Saúde tomou conhecimento do caso.
"Agora, ele (Pazuello) ficou sabendo
em uma sexta-feira do problema do gás e na segunda foi em Manaus, na terça
programou tudo e na quarta começou a chegar já o oxigênio lá com aviões da
força aérea e balsa. Logo depois ele começou a transportar o pessoal doente
também de Manaus para outras capitais aí da redondeza em especial para os
hospitais universitários", completou.
Para o presidente, o ministro, que está em Manaus após ser alvo de pedido
de inquérito por omissão na crise de oxigênio, fez um
"trabalho excepcional".
"Ele trabalha de domingo a domingo,
vira a noite, duvido que com outra pessoa teria tido a resposta que ele está
dando", afirmou.
A Polícia Federal iniciou uma investigação sobre
a conduta do ministro na crise sanitária do Amazonas. O ministro enviou 120 mil
unidades de hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a
Covid-19.
Até a manhã deste sábado, 335
pacientes com Covid-19 foram transferidos do Amazonas a outras 13 cidades brasileiras
por conta do colapso causado por
superlotação e falta de oxigênio no sistema de saúde local.
Infelizmente, 11 pessoas não resistiram à doença e morreram.
O Governo do Amazonas começou a enviar
pacientes com Covid a outros estados no dia 15 de janeiro. A medida passou a ser adotada após
hospitais do Amazonas ficarem sem oxigênio por conta
da superlotação.
O estado enfrenta um novo surto
de Covid-19 e o sistema de saúde local entrou em colapso
mais uma vez. Pazuello afirmou que a expectativa é enviar 1,5 mil
pacientes para tratamento em outros estados.
Segundo
o governo estadual, 90 pacientes que foram transferidos para tratamento em
outros estados já retornaram ao Amazonas recuperados da Covid-19. O governo estadual
informou que os pacientes recuperados retornaram das cidades de Belém (PA),
Maceió (AL), João Pessoa (PB), Uberaba (MG), Natal (RN), Teresina (PI), São
Luís (MA), Brasília (DF) e Goiânia (GO).
O número de óbitos corresponde a 3% do
total de pacientes enviados para tratamento em outro estado. O governo informou
que tem prestado apoio psicossocial às famílias, providenciado os trâmites
funerários e traslado do corpo para Manaus, que são realizados em aviões da
Casa Militar.
Até então, as cidades que receberam
pacientes do Amazonas, desde o dia 15 deste mês, foram: Teresina/PI (23), São
Luís/MA (39), Brasília/DF (15), João Pessoa/PB (15), Natal/RN (41), Goiânia/GO
(48), Belém/PA (23), Maceió/AL (30), Vitória/ES (36), Recife/PE (27), Rio
Branco/AC (3), Uberaba/MG (18) e Curitiba/PR (17).
Detalhe "JM": Se não é responsabilidade do governo federal, por qual motivo o ministro está em Manaus?
Só uma pergunta.
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