A Lagoa do Apanha-Peixe é um dos principais reservatórios do município de Caraúbas, na região Oeste do Rio Grande do Norte. A água é fonte de alimento para pescadores e beneficia agricultores de comunidades rurais de pelo menos três cidades - além de Caraúbas, Apodi e Felipe Guerra. As boas chuvas de 2020 fizeram com que o reservatório atravessasse o período mais seco do ano e chegasse em 2021 em uma situação mais tranquila para os moradores da região.
"Nossa lagoa está
mais que a metade. Mas se não chover ela vai secar mais. Mesmo assim, ela é
muito importante para a nossa comunidade", afirma Gentil Bezerra,
comerciante que possui um balneário às margens da Lagoa do Apanha-Peixe.
Dos 47 reservatórios
monitorados pelo Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte
(Igarn), a Lagoa do
Apanha-Peixe é o que está com melhor nível. Atualmente, com 70% dos 7,5 milhões
metros cúbicos de água. Mesmo assim, os efeitos da
estiagem já começaram a aparecer. Para pescadores e agricultores, resta apenas
aguardar por mais chuva, apra ver de novo o espetáculo da sangria.
No mesmo período do
ano passado, a lagoa chegou a sangrar várias vezes, entre os meses de março e
abril. Para quem vive na comunidade, apreciar o reservatório com a capacidade
total é de encher os olhos. "Quando sangra, atrai muita gente. Os turistas
chegam para ver, os pescadores de muitas cidades, beneficia os agricultores.
Todo mundo sai ganhando, toda a comunidade em si", festeja o pescador
Leilson Morais, que no último ano viveu da pesca feita diariamente no
reservatório.
De acordo com a meteorologia, o período chuvoso no RN deve ficar dentro da
média ou abaixo em algumas regiões. Em 2021, a situação dos reservatórios
monitorados ainda é melhor que no ano passado. Segundo o relatório de volume de
barragens do Igarn, as reservas
hídricas totais do estado acumulam 42% da capacidade total.
Em março no ano passado, o percentual era de 24%.
"Pela avaliação
dos dados volumétricos, a situação é melhor e mais confortável que no ano
passado. No entanto, é uma situação que merece cuidado e uma boa gestão da água
para que cheguemos no próximo inverno atendendo os usos humanos e os previstos
na legislação", alerta o diretor-presidente Igarn, Auricélio Costa.
De acordo com o
diretor-presidente do Igarn, o inverno irregular também é um fator preocupante.
"É preciso incentivar uma boa gestão do uso da água para que ela possa
chegar a todas as finalidades", reforçou.
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