O ministro Marco Aurélio Mello, do
Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizou em entrevista ao jornalista Josias de
Souza, neste sábado (20), que a Corte deve rejeitar a ação protocolada por Jair
Bolsonaro que tenta derrubar os decretos de
restrição de locomoção de pessoas adotados pelos governadores do Distrito Federal, da Bahia e do Rio
Grande do Sul.
“Não sei o que deu na cabeça
do Bolsonaro para entrar com essa ação”, disse o ministro, que ainda sugeriu
que a motivação de Bolsonaro ao entrar com a ação é responsabilizar o próprio
Supremo pelas consequências da pandemia.
“O presidente quer atribuir
responsabilidade ao tribunal, como ele vem fazendo. Mas o que ele tem que fazer
de verdade é coordenar os trabalhos de enfrentamento da crise sanitária.
Precisa assumir a liderança. Mas o presidente, ao invés de estabelecer a
coordenação nacional da crise bate de frente com os governadores. Qual é o
objetivo? O presidente parece gostar de crise”, disparou o magistrado.
As medidas de restrição, rechaçadas por Bolsonaro, vêm sendo adotadas por governadores de todo o país como forma de conter o avanço da pandemia diante da ineficiência do governo federal. Especialistas apontam que, sem vacinação em massa, a única medida eficiente para amenizar os efeitos da crise sanitária é o isolamento social. O presidente, no entanto, ataca essas medidas como forma de desviar a atenção e se eximir da responsabilidade pelo agravamento da pandemia no Brasil, que atualmente é o novo epicentro mundial do vírus.
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