O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em Miami
(EUA), onde está para encontros bilaterais, que houve fraude na eleição presidencial de 2018 e
que deveria ter vencido o pleito no primeiro turno. Bolsonaro não apresentou nenhuma
prova do ocorrido, mas disse que irá mostrar em breve as evidências.
— Eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou
mostrar brevemente, eu fui eleito em primeiro turno, mas no meu entender houve
fraude. E nós temos não apenas a palavra, temos comprovado, brevemente eu quero
mostrar. Nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de
votos — declarou Bolsonaro.
No primeiro turno da eleição presidencial,
Bolsonaro recebeu 49,3 milhões de votos, equivalente a 46,03% dos válidos. Para
vencer a eleição no primeiro turno, são necessários 50% dos votos válidos mais
um voto. Como o percentual não foi alcançado, houve um segundo turno entre ele
e o candidato do PT, Fernando Haddad. Bolsonaro venceu a eleição com 55,15% dos votos válidos.
A eleição presidencial de 2018 não teve registro de fraudes, segundo a
Justiça Eleitoral, assim como nos 22 anos anteriores em
que o sistema de votação foi utilizado. Em 2015, o Congresso aprovou proposta
de emenda à Constituição de autoria de Jair Bolsonaro, então deputado federal,
determinando a impressão do registro do voto. Isto é, as urnas teriam de passar
a imprimir comprovantes da votação, que seriam conferidos pelo eleitor e
depositados automaticamente em um recipiente lacrado.
Em junho de 2018, o STF barrou a mudança, por entender que
representaria risco ao sigilo do voto e à confiabilidade do processo. A decisão
teve o apoio do TSE, que classificou a alteração como "inegável retrocesso
(...) capaz de restabelecer episódios que contaminaram as eleições brasileiras
até a introdução da urna eletrônica".
Até o momento, a Justiça Eleitoral não se pronunciou sobre a fala do presidente.
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