Apesar de algumas
insatisfações, os jogadores da Seleção decidiram que irão disputar a Copa
América, que começa no próximo domingo. O Brasil estreia diante da Venezuela,
no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
A decisão dos atletas deve ser comunicada juntamente com
um manifesto, com críticas à forma como o evento foi organizado, em meio à
pandemia de Covid-19. A tendência é que isso aconteça somente depois da partida
contra o Paraguai, às 21h30 (de Brasília) desta terça-feira, pelas
Eliminatórias da Copa do Mundo.
A seleção brasileira disputará a Copa América com elenco
muito parecido com o que está reunido para os jogos das Eliminatórias. Tite
ainda pode chamar mais três atletas. A lista será anunciada na quarta-feira.
Desde a última segunda-feira, quando o Brasil foi
anunciado como sede torneio, antes previsto para acontecer na Argentina e na
Colômbia, os jogadores da Seleção passaram a discutir um possível boicote.
O tema também foi tratado junto a líderes de outras
seleções sul-americanas. A falta de consenso, porém, fez com que a ideia não
prosperasse.
Os jogadores da seleção brasileira ficaram insatisfeitos
sobretudo com a forma que o assunto foi tratado por Rogério Caboclo, que acabou
afastado da presidência da CBF no domingo, após denúncias de assédio sexual e
moral. Ele esteve na Granja Comary no domingo passado (dia 30 de maio), um dia
antes do Brasil ser anunciado como sede da competição, e não falou do tema com
os atletas.
Os jogadores pediram uma reunião com o cartola, o que
aconteceu na quarta-feira. Na ocasião, líderes do elenco sugeriram a disputa de
partidas adiadas das Eliminatórias na data em que deveria ocorrer a Copa
América. Eles reforçaram que a insatisfação com o torneio não tinha relação com
um desejo em ter férias.
A questão técnica também pesou para os atletas aceitaram
jogar o torneio. Esta será a última oportunidade em que a seleção brasileira
estará reunida por um longo período antes da Copa do Mundo do Catar, em 2022.
Vale lembrar que a Copa das Confederações, que antigamente ocorria no ano
anterior aos mundiais foi extinta.
Durante esta semana em que a disputa ou não da Copa
América foi debatida internamente na Seleção, as entrevistas coletivas dos
jogadores foram canceladas. O único a se pronunciar foi o volante Casemiro, na
saída de campo após a vitória por 2 a 0 sobre o Equador. O volante disse que
todos sabiam qual era a posição dos atletas e da comissão técnica de Tite, mas
não revelou qual era ela:
– Nosso posicionamento todo mundo sabe, mais claro
impossível, Tite deixou claro nosso posicionamento e o que nós pensamos da Copa
América. Existe respeito e uma hierarquia que temos que respeitar, e claro que
queremos dar nossa posição – afirmou o volante, antes de prosseguir:
– Queremos falar. Não queremos desviar o foco, porque
isso (Eliminatórias) para nós é a Copa do Mundo. Mas queremos falar, expressar
a nossa opinião, se é certo ou não, cada um vai determinar, mas queremos
expressar nossa opinião, sim.
Nesta quarta, os atletas e demais funcionários da Seleção
que desejarem poderão se vacinar na sede da Conmebol, no Paraguai. A
imunização, porém, não é obrigatória para os participantes da Copa América.
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