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* Salles pediu demissão para não ser preso.

 O pedido de demissão de Ricardo Salles, concretizado ontem, não foi oportuno para o governo apenas para tentar desviar o foco do escândalo da Covaxin: o ‘ministro do desmatamento’, que há muito era pressionado a deixar o cargo, também tenta escapar do cerco do STF, onde tramitam dois inquéritos que podem complicar ainda mais sua vida pública.

As investigações são supervisionadas por Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, dois ministros que não hesitariam em decretar a prisão de SallesCármen, pelo histórico de defesa da Amazônia; Moraes, pela linha dura nas investigações envolvendo o governo Bolsonaro.

A demissão de Salles é, portanto, estratégica do ponto de vista não só político, como criminal: como o agora ex-ministro passa a não ter mais foro privilegiado, as investigações — que tratam de suposto favorecimento à extração e de exportação ilegal de madeira — descerão para a primeira instância.

Se Salles der sorte, os dois inquéritos ainda poderão cair nas mãos de juízes do Pará e do Amazonas, estados de origem e apreensão da madeira. Os magistrados já mandaram devolver as toras para os proprietários investigados.

Cortando linha zero seu moço.

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