“Em maio, o filho do presidente Bolsonaro, Carlos, mostrado aqui com uma camiseta do Mossad, tentou comprar o software de espionagem Pegasus. Uma fonte conectada ao The Wire me disse que acredita que os Bolsonaros o estão usando”, informou o jornalista Brian Mier no Twitter, nesta segunda-feira, 19.
Vazamento
Ativistas de direitos humanos, jornalistas e
advogados em todo o mundo têm sido alvos de espionagem através do sistema de
software de hacking vendido pela empresa de vigilância israelense NSO Group,
segundo investigação sobre um vazamento massivo de dados compartilhado
pelo The Guardian.
Houve um abuso generalizado e contínuo do spyware
de hacking da NSO, Pegasus, que Carlos Bolsonaro quis trazer ao Brasil. A
empresa, no entanto, para se defender, diz que o sistema é destinado apenas
para uso contra criminosos e terroristas.
Pegasus é um malware que infecta iPhones e
dispositivos Android para permitir que os operadores da ferramenta extraiam
mensagens, fotos e e-mails, gravem chamadas e ativem microfones secretamente.
O vazamento contém uma lista de mais de 50.000
números de telefone que, acredita-se, foram identificados como de pessoas de
interesse por clientes da NSO desde 2016, segundo o The Guardian.
A Forbidden Stories, uma organização midiática sem
fins lucrativos com sede em Paris, e a Anistia Internacional inicialmente
tiveram acesso à lista vazada e compartilharam o acesso com parceiros como
parte do projeto Pegasus, um consórcio de reportagens.
Edward Snowden, ex-administrador da Agência de
Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que vazou
detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global da
agência, anunciou a reportagem do The Guardian na internet.
“Esse vazamento vai ser a reportagem do ano”, afirmou no Twitter sobre a espionagem da Pegasus.
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