O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF)
sugeriu que o seu irmão Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do
Departamento de Logística do Ministério da Saúde, pode ter gravado a conversa
com Jair Bolsonaro em 20 de março na qual o tema foi o escândalo de corrupção
da Covaxin. "Eu não estava sozinho na sala", disse o parlamentar à coluna
de Mônica Bergamo. "Estava com meu irmão
[Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde]. E não posso impedir
que a pessoa ameaçada grave [uma conversa para se defender]", acrescentou.
"Se fosse eu, gravaria", disse o congressista ao ser questionado se o
irmão gravou Bolsonaro.
A indicação de que o irmão teria
gravado o encontro serve como um antídoto para o deputado Mirando, pois
deputados alinhados ao governo ameaçam levá-lo ao Conselho de Ética da
Câmara se ele tiver gravado a conversa com Bolsonaro. Na terça (29), outro
parlamentar, Daniel Silveira, foi afastado do cargo por dois meses por ter
gravado uma reunião de seu próprio partido, o PSL.
O deputado Luis Miranda vem
denunciando publicamente um esquema de corrupção na importação da vacina Covaxin.
As negociações tinham um intermediário e sem vínculo com a indústria de vacina,
a empresa Precisa. O valor da compra foi 1.000% maior do que,
seis meses antes, era anunciado pela fabricante.
O parlamentar havia dito que um
lobista ligado ao líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados,
Ricardo Barros (PP-PR), lhe ofereceu seis centavos de
dólar por unidade do imunizante para que ele não denunciasse o
esquema de corrupção.
Emails também comprovaram que o Ministério da Saúde negociou oficialmente a venda de vacinas com representantes da Davat Medical Supply. Um membro da empresa disse ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de assinar um contrato.
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