A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) do Ceará decidiu demitir dois policiais penais, acusados de extorquirem um outro policial, a quem ameaçavam publicar imagens da mulher dele em suposta relação extraconjugal. Os ex-agentes exigiam o pagamento de R$ 11 mil para que as imagens não fossem divulgadas, segundo as investigações. O caso aconteceu em 2016.
Valdemiro Barbosa Lima Júnior e Natanael
Eduardo de Andrade tiveram as demissões publicadas nesta segunda-feira (2) no
Diário Oficial do Estado. Valdemiro já foi presidente do Sindicato dos Agentes
e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindasp-CE). Ele e
Natanael afirmaram, em depoimento, que são inocentes da acusação de extorsão.
Segundo as investigações, Valdemiro e
Nataniel foram ao encontro do servidor vítima da extorsão, exigindo o pagamento
dos R$ 11 mil, além de demandarem que um outro servidor fosse convencido de
retirar uma ação trabalhista contra o Sindasp. Caso as exigências não fossem
cumpridas em um prazo de 24 horas, as imagens íntimas da mulher da vítima
seriam expostas na internet.
O caso foi denunciado pela vítima à
Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da CGD. Na ocasião, o servidor chegou a
receber uma ligação de Valdemiro marcando o local para a entrega da quantia
exigida e do documento assinado, garantindo que destruiria as imagens que
moviam a ameaça. A ligação foi gravada e testemunhada pela então delegada
titular da DAI.
A vítima, entretanto, não compareceu ao local estipulado por Valdemiro, o
escritório de advocacia do Sindasp. As imagens usadas na extorsão foram, então,
veiculadas em um blog na internet, além de serem compartilhadas em redes
sociais.
Acusados negam extorsão
Em depoimento,
Valdemiro nega ter extorquido o agente. Em relação à ligação para combinar o
pagamento, disse que acreditava que o assunto tratado referia-se ao pagamento
de diárias e adicionais noturnos devidos aos policiais penais, e não de uma
extorsão.
Natanael também nega ter praticado a
extorsão, afirmando em depoimento que esteve diversas vezes na então Secretaria
da Justiça e Cidadania (Sejus), onde a vítima trabalhava, para tratar de
reivindicações da categoria dos policiais penais, acompanhado de Valdemiro.
Disse também que teve conhecimento sobre uma suposta relação extraconjugal da
mulher da vítima por meio das redes sociais.
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