A guerra de facções criminosas em uma das áreas da periferia de Fortaleza provocou, pelo menos, 10 homicídios, de acordo com investigações realizadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A disputa ocorre após dissidentes de uma organização criminosa de origem carioca formarem um novo grupo rival. As mortes foram registradas nos bairros Messejana, Jangurussu, Curió, Lagoa Redonda e regiões vizinhas.
O chefe desta nova
facção cearense seria, conforme as apurações policiais, Francisco Fabrício
Ferreira da Silva, de 26 anos. Ele foi preso nesta sexta-feira (13) em uma
operação da Polícia Civil. Segundo o DHPP, "Fabrício é quem vem comandando
alguns crimes de homicídio orquestrados" pelo novo grupo contra o
originário carioca. As informações constam em decisão judicial expedida pela
17ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza após audiência de custódia.
Fabrício, conforme a
Polícia Civil, é o chefe da facção na
comunidade do Barreirão, no bairro Cajazeiras.
Junto com ele foi preso Marcos da Silva Araújo, cuja idade não foi revelada. Os
dois são suspeitos da morte de Reginaldo de Assis Souza, ocorrida na
comunidade.
Segundo os autos
repassados pela Polícia Civil ao Poder Judiciário, Reginaldo foi assassinado em
via pública por disparos de arma de fogo. As investigações do DHPP apontam que
ele morava na comunidade do Barreirão e integrava a facção carioca, mas foi
expulso por isso, uma vez que os dissidentes dessa facção montaram um novo
grupo criminoso. Ao retornar ao local onde vivia, o homem foi morto.
"Os fatos acima relatados, por si só demonstram a periculosidade de cada
um dos autuados, pois integrantes de organização criminosa com intensa atuação
em crimes de homicídio e tráfico de drogas, conforme relatado pela autoridade
policial, que informou que só nos últimos dias foram cometidos mais de dez
crimes de homicídio na área de atuação da facção", escreveu o juízo da 17ª
Vara Criminal na decisão.
A
Justiça converteu a prisão de ambos em prisão
preventiva também nesta sexta-feira (12) em razão da "gravidade
concreta dos crimes a ele imputados e possibilidade de reiteração
criminosa".
Região já teve chacina
Foi
na comunidade do Barreirão que, em janeiro de 2018, 14 pessoas foram mortas e 15
saíram feridas após uma chacina na casa de shows
"Forró do Gago". O evento criminoso ficou conhecido como Chacina das
Cajazeiras e é considerada a maior matança já registrada no Cearás.
A chacina foi motivada, conforme as investigações da Polícia
Civil, por disputas de facções criminosas. Na época, a facção
carioca dominava a região e foi surpreendida com assassinos de uma facção
cearense rival, com balaclavas, munidos de armamentos pesados. Nenhuma das
pessoas mortas tinha antecedentes criminais.
Três anos e meio após a chacina, o
processo que apura a responsabilidade dos suspeitos voltou a caminhar no
Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Em julho, as denúncias contra 13 réus foram confirmadas pela Justiça e a absolvição a
eles, negada. Audiências estão marcadas para o fim do mês de
outubro e início de novembro.
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