A Lagoa do Vital, um dos pontos turísticos do litoral Norte do RN, que fica no município de Maxaranguape, secou. Segundo trabalhadores e moradores da região, em cerca de três semanas, a lagoa baixou o nível completamente e hoje praticamente não resta nada, fazendo o atrativo natural sumir do mapa de uma hora para outra.
Algumas poças de água e
peixes agonizando em meio à lama são os elementos que restaram da
"antiga" paisagem, que fica na Praia de Caraúbas. O Instituto de
Defesa do Meio Ambiente (Idema-RN) comunicou que vai investigar as causas do
problema.
A lagoa está localizada em uma propriedade privada, mas tem acesso
público. Recentemente, ela teve o sangradouro aberto, o que ajudou a diminuir o
nível da água mais rapidamente, contaram os trabalhadores do trecho.
A fotógrafa Mara Andreza Barros, que é dona de uma das nove barracas que
vende petiscos e bebidas na lagoa, acredita que vários problemas contribuíram
para a seca.
"Há três finais de semanas atrás
a gente percebeu o nível dela baixando bastante. E com isso a gente ficou muito
preocupado. Só esperando uma chuva pra poder encher ela. E tem outros motivos
também, já que tentaram secar ela três vezes. Se não tivessem tentando secar,
eu acredito que ainda teria bastante água", contou.
Antes usada apenas por nativos, a Lagoa do Vital começou a ser turisticamente explorada nos últimos sete anos,
sendo destino para passeios incluído na rota dos bugueiros e nos passeios de
quadriciclo.
No local, famílias se reuniam, assim como praticantes de stand-up
paddle, caiaques e pedalinhos, a diversão da criançada. Na alta estação, a
lagoa costuma ter turistas todos os dias da semana.
Com a lagoa seca, as nove barracas hoje estão vazias. Sem fonte de renda, os comerciantes se transferiram para o Rio
Peracabu, também em Maxaranguape, mas a frequência de banhistas é bem
menor.
"Infelizmente a lagoa secou e a
gente ficou sem ter recurso. E a gente está agora em outro lugar. Mas como se
gente vê, é de partir o coração. Dava muitas pessoas, turistas", lamentou
a comerciante Thaíse Francsica de Assis.
"Lá não é igual aqui, mas também é um rio muito lindo, de encontro
com o mar, de águas cristalinas também", completou Mara.
O que dizem as autoridades
O Idema informou que iniciou uma investigação e contará com o auxílio do
Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn) para apurar a vazão da água da Lagoa do Vital e a mortandade dos
peixes no local. Nesta quarta (10), equipes dos órgãos irão ao trecho.
"A diretoria já solicitou à equipe de fiscalização para fazer uma
vistoria na área para tentar identificar possíveis problemas que geraram a
mortandade desses peixes, como também já entramos em contato com o Igarn pra
que acompanhe o Idema nesse processo de fiscalização e, se possível, faça
a coleta da água e as análises para identificar se na água existe
algum poluente, elemento que possa ter contribuído para a mortandade
desses peixes", afirmou o diretor técnico do Idema, Werner Farkatt.
O instituto explicou ainda que o estado, assim como o Brasil, tem
passado por um período de poucas chuvas, o que contribui para o problema.
"Nós sabemos que o RN e o Brasil como um todo estão passando por um
período de baixa intensidade pluviométrica, que pode de alguma maneira
contribuir para diminuição do nível dos aquíferos, tornando também um ambiente
inapropriado para esses animais", disse o diretor.
A prefeitura de Maxaranguape disse que tomou conhecimento das denúncias
recebidas pelo Idema e que acompanha o órgão em visitas a lagoa e também se
disponibiliza a auxiliar no que for necessário. Apesar disso, informou que,
como se trata de propriedade privada, a prefeitura não tem autonomia para fazer
essa fiscalização, o que seria de responsabilidade do estado por meio do Idema.
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