O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) escalou auxiliares para propagar a versão de que professor que recebe acima do piso não tem direito ao reajuste de 33,24% do novo piso salarial do Magistério, definido pelo Governo Federal. Nos últimos dias, os auxiliares ocuparam os espaços da mídia paga, em todas as plataformas, para que a versão seja comprada como verdadeira pela população mossoroense.
Do outro lado do balcão, a professora vereadora Marleide Cunha (PT) reagiu usando as suas redes sociais, já que não tem à disposição a estrutura de comunicação que a gestão municipal dispõe.
Marleide escreveu:
“O piso, que está previsto na Lei 11.738/08, é o valor do vencimento inicial da carreira do magistério, ou seja, professor nível médio, na Classe 1, de modo que reajustado tal valor aos professores em início de carreira, se repercute nas demais classes e níveis.”
“O município alega que os professores recebem acima do piso. É óbvio, pois são profissionais com várias formações (especialistas, mestrado e até doutorado), sem falar nas progressões habituais ligadas à carreira docente, como o tempo de serviço.”
“Ao criar justificativas surreais e covardes para não reajustar o Piso, a gestão do prefeito mostra a sua face mais cruel e desumana, desvalorizando a educação e o PCCR do magistério. Essa ficção para não cumprir a Lei faz parte dos erros e crueldade que o prefeito jurou não cometer.”
“Prefeito, decida se respeitará a Lei atual do Plano de Carreira ou se enviará para Câmara outra lei destruindo a carreira docente, desvalorizando a educação. Não precisa fazer engodo jurídico e político para enganar o povo. Difícil ser mais velha política do que isso. Haverá luta!”
Pois bem.
Quando era deputado, entre 2019 e 2020, Allyson Bezerra gravou vídeos e fez lives, bem o seu estilo, para cobrar dos governos estadual e municipais o cumprimento da Lei do Piso do Magistério. E na campanha eleitoral em que se elegeu prefeito, jurou em praça pública que os professores teriam os seus direitos respeitados e até ampliados. Promessa gravada e que ainda está bem presente aos ouvidos da população mossoroense.
E o que ele faz agora? Tudo ao contrário do que pregou até sentar na cadeira principal do Palácio da Resistência. Allyson está decidido a prejudicar os professores e o fará com mão de ferro, estilo que ele revelou depois de assumir o mandato de prefeito.
A postura de Allyson não é algo novo. Ele sempre foi assim. Conhecidos dos quadros da Ufersa atestam o estilo autoritário e implacável quando ele exercia a sua função de servidor público. O que ocorre é que o nível de autoritarismo aumentou de acordo com o poder.
O grave é que a postura do prefeito em relação aos professores tende a afetar que não tem culpa de nada, no caso, crianças, adolescentes e jovens da rede de ensino público, uma vez que a greve dos professores é uma certeza se a gestão municipal não cumprir a lei do piso.
O ano letivo será aberto nesta segunda-feira, 7, mas na sexta-feira, 11, os professores têm assembleia geral para decidir sobre a greve. No dia anterior, quinta-feira, 10, a categoria espera a última chance de o prefeito Allyson apresentar pelo menos uma proposta digna.
FRASE
“A gestão do prefeito mostra a sua face mais cruel e desumana”
MARLEIDE CUNHA – Professora e vereadora sobre a narrativa do prefeito Allyson para não cumprir a lei do piso salarial do magistério.
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