O pastor Gilmar Silva dos Santos, que teria influência no MEC para agilizar liberação de verbas a prefeitos, abriu duas empresas no mesmo dia com R$ 450 mil de capital investidos. Documentos obtidos pelo g1 mostram que em 8 de março deste ano ele abriu uma editora de livros com R$ 350 mil e uma faculdade de teologia, onde investiu mais R$ 100 mil. O religioso nega qualquer irregularidade.
A faculdade se chama Instituto Teológico
Cristo para Todos (ITCT) e fica no bairro Jardim América, em Goiânia. O endereço
da editora foi registrada no bairro Garavelo, em Aparecida de Goiânia, cidade
vizinha a capital.
O g1 visitou os dois endereços nesta sexta-feira (25).
Onde seria a sede da faculdade, há um prédio de três andares em construção e,
no terreno vizinho, uma casa onde funciona a Convenção Nacional de Igrejas e
Ministros de Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb).
O nome de Gilmar foi citado pelo ministro Milton Ribeiro em áudios divulgados na imprensa. Nas gravações, o chefe
do MEC indica que a prioridade de repasse de verbas seria ditada por dois
pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Depois, novo áudio do
Ministério foi divulgado negando os favorecimentos. O religioso nega participar de "gabinete paralelo".
O terreno onde fica a obra é aberto e dá
acesso à convenção. Uma mulher que disse trabalhar na convenção afirmou à
reportagem que "não podia repassar nenhuma informação" sobre as
atividades desenvolvidas no local.
O g1 aguarda retorno do Ministério da Educação, desde
quinta-feira (24), sobre as autorizações de funcionamento e reconhecimento de
cursos oferecidos pela faculdade.
O pastor Gilmar Santos registrou a editora
de livros no bairro Garavelo, em Aparecida de Goiânia, cidade
vizinha a capital. Neste negócio, ele investiu R$ 350 mil, segundo registros de
abertura da empresa. O CNPJ está ativo, segundo o site da Receita Federal.
No endereço cadastrado como sendo da editora, porém, funciona um templo
da Assembleia de Deus Ministério Cristo para Todos. A igreja estava fechada às
11h de sexta-feira (25).
Vizinhos ao templo disseram nunca ter visto atividade de edição de
livros ou máquinas gráficas de impressão no prédio. Uma vizinha que não quis se
identificar contou que acontece somente cultos durante a semana e aos fins de
semana. g1
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