O presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) Marcelo Lopes da Ponte, afirmou em depoimento à Controladoria-Geral da União (CGU) que recebeu "insinuações" de oferta de propina por parte do pastor Arilton Moura, que intermediava a liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) para prefeituras em troca de solicitações de propina aos prefeitos, segundo relatos dos próprios chefes dos Executivos municipais.
O depoimento de
Lopes da Ponte foi prestado em outubro do ano passado, mas mantido sob sigilo
pela CGU. Em seu relato, ele disse que Arilton se apresentou ao FNDE por meio
do MEC e que as ofertas de propina ocorriam por meio de frases cifradas.
"As
insinuações do sr. Arilton nunca trataram de números, mas sim de frases como
'me ajude que eu te ajudo'", afirmou no depoimento.
O presidente do
FNDE disse que "nunca deixou prosperar as insinuações do sr.
Arilton", mas relatou q
O presidente do
FNDE disse que "nunca deixou prosperar as insinuações do sr.
Arilton", mas relatou que, durante as viagens de trabalho, ouvia de
parlamentares e prefeitos que o pastor prometia liberações de recursos aos
municípios. Segundo seu relato, ele repassou a informação sobre a insinuação de
propina para o então secretário-executivo do MEC, Victor Godoy, atual ministro
interino, e ao próprio ministro da Educação Milton Ribeiro.
Marcelo Lopes da
Ponte foi nomeado ao comando do FNDE em 2020 por indicação do Centrão. Ele era
chefe de gabinete do então senador Ciro Nogueira (PP-PI). Procurada, a defesa
de Arilton Moura afirmou que não iria se manifestar.
Na conclusão da
investigação, a CGU escreveu que não encontrou indícios de irregularidades
cometidas pelos servidores públicos do MEC, mas possível suspeita de crime por
parte do pastor Arilton. Por isso, recomendou o envio da investigação para a
Polícia Federal. Globo
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