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* Menino liga para a Polícia pedindo comida: 'não tem nada para a gente comer'.

O olhar do Miguel, de 11 anos, para o armário da cozinha de casa já está cheio de esperança. Horas depois de ter acionado a polícia por sentir fome na noite de terça-feira (2)a despensa ficou cheiaA família dele recebeu doações de cestas básicas . Ajuda que começou com a solidariedade dos militares e, na quarta-feira (3), ganhou as ruas da comunidade onde mora, no bairro São Cosme, em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O último almoço da família já contava com arrozfeijão linguiça. Bem diferente da mistura de fubá de poucos dias atrás. As crianças também ganharam brinquedos. E o telefone da Célia Barros, mãe do Miguel, não parou de tocar.

Douglas Mendes é engenheiro civil e chegou à casa da família para levar mais doações.

“Eu acho que, se cada um puder fazer um pouco, já se torna muito na vida de alguém. É muito triste a realidade de hoje, das pessoas carentes. Quando você vê uma criança, principalmente, pedindo ajuda, é porque a situação é extrema”, afirmou.

Célia contou que está desempregada há cinco anos. A renda da família – formada por ela e mais seis filhos – é o Auxílio Brasil. A dona de casa chegou a trabalhar como segurança e bombeiro civil. Mas a pandemia diminuiu as chances de emprego.

“Eu não quero mais deixá-los passar fome. Eu queria trabalhar, porque uma oportunidade de emprego para mim ajuda a manter a minha casa, mantê-los. Eu agradeço a cada um que está me ajudando. Que Deus tome conta de cada um, de cada família, para não passar a mesma situação que eu passei", disse Célia.

Pedido de ajuda

Uma criança de 11 anos ligou para o 190 para pedir ajuda à Polícia Militar (PM) porque a família estava passando fome. O apelo foi feito na noite desta terça-feira (2) em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

“Minha mãe estava chorando no canto, eu pedi o telefone e liguei”, disse o garoto.

A mãe de Miguel, Célia Arquimino Barros, de 46 anos, vive com seis filhos no bairro São Cosme. A mulher contou em entrevista à TV Globo que está desempregada e sobrevive com alguns bicos.

“Eu vivo de auxílio emergencial, e o pai manda R$ 250, mas não é todo mês que manda", disse.

Célia relatou que ela e os filhos estavam sem comprar alimentos há quase três semanas.

"Eu só tinha fubá e farinha. Já tinha uns três dias que a gente estava assim. E que já tinha acabado as coisas, já tinha mais de 20 dias, mas ainda tinha um pouquinho de arroz, de algumas coisas."

Policiais do 35º Batalhão da PM foram até a casa de Célia e constataram que não se tratava de um caso de maus-tratos.

"A guarnição ficou bastante comovida ouvindo os relatos das crianças, que há três dias eles estavam se alimentando apenas com água e fubá", afirmou o tenente Nilmar Moreira.

A polícia vai continuar ajudando a família e disse que quem puder contribuir com cestas básicas e outras doações pode entrar em contato com o Batalhão de PM. g1




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