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* Adotado por celebridades para aumentar o bumbum, Brazilian Butt Lift chama atenção por seus riscos.

 Apesar de já ter sido descrito como “a cirurgia plástica mais perigosa do mundo”, o Brazilian Butt Lift (BBL) não para de ganhar adeptas. Somente nos Estados Unidos, o procedimento que promete aumentar e levantar o bumbum foi realizado cerca de 40 mil vezes em 2020, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética.

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Inspirada no corpo da mulher brasileira, a técnica já foi aderida por celebridades como Jennifer Lopez e Kim Kardashian. E apesar de sua alta complexidade, a cirurgia tem sido comumente oferecida por profissionais que não são cirurgiões plásticos, o que pode gerar um grande risco à saúde dos pacientes.

O que é o Brazilian Butt Lift?

Trata-se de um procedimento estético que busca valorizar os glúteos. “O procedimento é feito com enxerto da gordura do próprio paciente e inserida nos glúteos, em uma região fora dos músculos, onde já se tem gordura e os vasos sanguíneos são menores” explica Leonardo Rodrigues, cirurgião plástico à frente da Clínica Dermo Plast e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

O especialista pontua que a cirurgia do BBL é recomendada apenas para quem tenha gordura a ser lipoaspirada, já que é ela que será inserida nos glúteos, após filtragem, para dar volume e modelar o bumbum. Ou seja: para fazer o BBL, deve-se, necessariamente, passar por uma lipoaspiração.Segundo Leonardo, o procedimento inclui cortes menores do que 0,5 centímetros e a recuperação costuma durar entre sete e 15 dias.

Os riscos do BBL

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Leonardo explica que, muitas vezes, os pacientes não recebem orientações adequadas pré e pós-cirurgia, e é isso que aumenta os riscos de complicações. Para uma boa recuperação, ele destaca que é necessário suspender o uso de pílulas anticoncepcionais antes da cirurgia e realizar a profilaxia com medicamentos adequados. Após o procedimento, deve-se usar meias de compressão e realizar caminhadas leves.

alimentação também é uma peça-chave na recuperação da cirurgia. “Sempre recomendo ingerir proteínas, que são essenciais para a cicatrização e síntese de colágeno, e legumes, verduras e frutas ricas em vitaminas A, B e C”, comenta o profissional. Uma dieta saudável também é indispensável para conservar os resultados da lipoaspiração.

A fim de reduzir inchaços causados pela retenção de líquidos, quem está em processo pós-operatório deve consumir entre dois a três litros de água por dia.

Devido à alta complexidade da cirurgia, bem como seus cuidados posteriores e acompanhamento médico, o procedimento não deve ser conduzido por profissionais que não sejam cirurgiões plásticos certificados. 

Para quem não deseja ou não pode passar pela cirurgia de lipoaspiração para realizar o BBL, outras opções podem ser consideradas com cautela junto a um cirurgião plástico. “Existem opções de materiais não-provenientes do organismo, como o ácido hialurônico ou até mesmo a inclusão das próteses glúteas”, explica Leonardo. Ele salienta, entretanto, que é importante evitar como o Polimetilmetacrilato (conhecido como metacril), por terem um alto nível de complicações posteriores.

Uma das pessoas que sofreu com tais efeitos colaterais adversos de procedimentos não-regulamentados foi a cantora Cardi B. Em entrevista à “GQ”, em 2018, ela revelou ter investido US$ 800  em um procedimento com substâncias injetáveis para realçar os glúteos, mas o resultado não saiu como esperado.

Cardi B contou que as injeções foram aplicadas no porão de um apartamento em Nova York, sem anestesia. “Foi a pior dor de todas. Eu senti que ia desmaiar. E vazou por uns cinco dias”, detalhou a cantora. 

Relatos como esses ressaltam a importância de se fazer procedimentos estéticos apenas com profissionais certificados e em ambientes seguros. Apesar do desejo pelo “corpo perfeito”, é necessário estimar a saúde e o bem-estar geral em detrimento da estética.


Recado dado.

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