A equipe de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) se irritou com os aliados do Centrão no caso das adolescentes venezuelanas.
A colunista do g1 Andréia Sadi mostrou que o PP — partido do ministro Ciro Nogueira (Casa
Civil) — afirmou que Bolsonaro teve a
"impressão" de que "as meninas venezuelanas estariam se
prostituindo", contrariando o discurso que o presidente tem
tentado adotar nos últimos dias.
Na última sexta (14), Bolsonaro disse em entrevista a
um podcast que "pintou um clima" entre ele e adolescentes
venezuelanas e que na casa onde elas estavam havia outras
meninas que queriam "ganhar a vida".
A declaração gerou uma série de críticas a
Bolsonaro nas redes sociais, e parlamentares já pediram que o
presidente seja investigado. Na madrugada deste domingo (16), o presidente fez uma
"live" para se defender. Nesta terça (18), Bolsonaro
divulgou um vídeo no qual disse que as meninas são
trabalhadoras e negou haver prostituição no local.
Em outras entrevistas, porém, o
próprio Bolsonaro disse que as meninas
iriam "fazer programa".
Críticas ao PP
A afirmação do PP contrariou a versão dada por Bolsonaro em um vídeo divulgado nesta terça (16), no qual ele disse que as meninas estavam trabalhando e não se prostituindo.
"Os aliados estão batendo cabeça. Não
há uma coordenação, cada lado age sem conversar com o outro, este episódio
gerou uma crise interna na campanha", desabafa um assessor direto do
presidente.
Esse mesmo assessor avaliou ao blog que o PP deixou em situação "vulnerável"
os parlamentares que apoiam o presidente.
Lembra, ainda, que o Tribunal Superior Eleitoral já determinou que
vários parlamentares bolsonaristas, entre eles os filhos do presidente Eduardo
e Flávio Bolsonaro, retirassem de suas páginas nas redes sociais vídeos
considerados pelo TSE fake news.
"Se é para cassar o Janones por isso, como ficam os filhos do
presidente, a Carla Zambelli e a Bia Kicis?", reclamou o auxiliar.
O episódio das venezuelanas se transformou no principal problema para
a campanha de Bolsonaro nesta reta final. O comitê já está sabendo que o PT
prepara uma nova ofensiva no programa eleitoral e nas redes sociais,
aproveitando o caso do "pintou um clima", para desgastar ainda mais a
imagem do presidente junto ao eleitorado feminino.
Foi por isso que Bolsonaro gravou o vídeo pedindo desculpas às
venezuelanas e acionou sua mulher, Michelle Bolsonaro, e a senadora eleita
Damares Alves (Republicanos-DF) para entrar em contato com as garotas
venezuelanas, na busca de minimizar os danos provocados pelas declarações do
presidente.
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