Apps de jogos têm exposto crianças e adolescentes a discursos de ódio com frequência alarmante. Racismo, homofobia e misoginia fazem parte do conteúdo a que milhões de jovens brasileiros se deparam diariamente. Apesar disso, muitos pais sequer sabem o que os filhos consomem online.
Segundo Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, mais de 50 milhões de jovens acessam a internet diariamente no país. A exposição ao ódio ocorre, principalmente, em plataformas como Roblox, Discord, FreeFire e redes sociais.
Além disso, três fatores contribuem para esse cenário: algoritmos que promovem conteúdo nocivo, enfraquecimento de equipes de moderação e mudanças nas políticas de uso das plataformas. A consequência pode ser devastadora, incluindo automutilações, tentativas de suicídio e aliciamento para crimes.
A delegada Lisandréa Salvariego,
da Polícia Civil de São Paulo, coordena o Núcleo de Observação e Análise
Digital (Noad), que atua 24h infiltrado nas redes. Desde a criação do núcleo,
em novembro de 2024, 96 vítimas foram salvas de estupros virtuais e tentativas
de suicídio.
Segundo ela, apps de jogos como
Roblox e Discord dificultam a ação policial por demorarem a responder aos
pedidos oficiais. Além disso, os pais, em geral, não monitoram as atividades
digitais dos filhos. Pesquisa do Cetic.br revela que 60% dos pais não usam
ferramentas de bloqueio ou filtros de conteúdo.
Ainda conforme o levantamento,
42% dos jovens já presenciaram episódios de discriminação na internet, sendo o
racismo o mais comum. Além disso, 14% afirmam ter visto cenas violentas,
enquanto 10% foram expostos a conteúdo que incita o auto-dano.
Como denunciar:
Os pais e responsáveis podem denunciar conteúdos de ódio anonimamente por meio
do site denuncie.org.br, pelo Disque Denúncia (181), no WebDenúncia da SSP ou
pelo e-mail do Noad: nucleo.noad@sp.gov.br.
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