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* Como chefão do PCC segue dando ordens de presídio de segurança máxima

Descrito como um dos “mais altos líderes” do Primeiro Comando da Capital (PCC), Rodrigo Felício, o Tiquinho de Limeira, coordena de dentro do sistema carcerário, há 12 anos, atividades criminosas nas ruas, por meio de “salves” — parte dos quais, escritos em cartas, vazadas da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Venceslau, no interior paulista.

Criminosos da cúpula do PCC — entre eles, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola — já cumpriram parte de suas penas na mesma unidade prisional, da qual relevantes lideranças da facção foram transferidas para penitenciárias federais, por questões de segurança.

Condenado a 52 anos e 8 meses no regime fechado — por tráfico de drogas, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e resistência –, Tiquinho segue em Presidente Venceslau, de onde contava com o apoio nas ruas de sua esposa (atualmente presa) e ainda do braço direito, Alex Araújo Claudino, o Frango, que está foragido da Justiça.

Parte dos manuscritos — redigida na penitenciária de segurança máxima pelo chefão do PCC — é usada para manter sua influência e coordenação na venda e despacho de drogas.

Coordenando o tráfico

Documentos da Promotoria paulista, obtidos pela reportagem, mostram que as ordens de Tiquinho, vazadas pelos telegramas, eram repassadas por sua esposa, Maria Fernanda Antunes Martins, a Gordinha, a integrantes do PCC, via WhatsApp.

Com base na interceptação das conversas, feitas diariamente entre Gordinha e comparsas de Tiquinho, a polícia identificou movimentações milionárias do bando.

Mesmo estando atrás das grades de uma penitenciária de segurança máxima, Tiquinho viabilizou a movimentação de quase R$ 1 milhão, somente em uma conta bancária.

Há indícios de que, também sob a chancela do chefão, a célula criminosa coordenada por ele também movimentou, em espécie, US$ 100 mil (aproximadamente de R$ 552,49 mil)

Para tentar dificultar o monitoramento da polícia, os criminosos usavam expressões para referenciar as drogas por eles comercializadas, como: Bob (maconha) e peixe (cocaína).

Consórcio do crime

Os traficantes ligados a Tiquinho na região de Limeira — ainda de acordo com os documentos obtidos pela reportagem — se associaram em uma estrutura parecida a um consórcio, pelo qual adquiriram drogas em maior quantidade.

A estratégia era usada para reduzir custos de logística, de insumos e da própria droga, revendida posteriormente a outros traficantes.

Chefão.

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