A câmera é ligada em um clique, e
a iluminação logo se ajusta. O jaleco branco, símbolo de conhecimento e
cuidado, é desabotoado lentamente. A performance, recheada de energia e
sensualidade, marca o início de mais uma live. A atividade seria apenas mais um
dia comum na rotina de uma produtora de conteúdo adulto, caso as imagens não
fossem produzidas dentro de ambientes hospitalares.
A noticia é de CARLOS CARONE. No
fundo do vídeo, uma maca improvisada e o estetoscópio completam o ambiente. Do
outro lado da tela, dezenas — e às vezes centenas — de espectadores esperam
ávidos pela “Dra. Pontente”, apelido usado por uma fisioterapeuta, a estrela da
gravação. A profissional, de fato, atua da área de saúde, mas aproveita o
expediente para fazer a alegria da macharada e engordar o salário no fim do
mês.
O cenário lembra uma enfermaria.
O jaleco bordado com o símbolo da fisioterapia ajuda a estimular o fetiche. A
máscara cirúrgica camufla a identidade e, ao mesmo tempo, excita quem assiste.
A mulher mantém um perfil em que costuma trocar cenas de nudez por dinheiro. A
transmissão on-line incendeia a plataforma adulta. A morena conduz as lives até
dentro de banheiros, supostamente nas dependências de alguma unidade de saúde
Em seu perfil, a morena de cabelos longos citava que daria expediente no Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS). A coluna entrou em contato com o instituto para confirmar se a mulher pertencia aos quadros de profissionais e foi informada de que ela já havia sido demitida anos atrás.
A prática do chamado “cam sex”, em que mulheres fazem lives e ganham dinheiro dos espectadores, não é ilegal. Produzir conteúdo adulto de forma consensual e remunerada é lícito no Brasil. O que se aproxima de uma zona cinzenta é o uso de símbolos institucionais — como jalecos com logos de hospitais — ou a produção de conteúdo em locais públicos de trabalho.
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