A execução do ex-delegado-geral
da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, que teve forte atuação contra o PCC e
também contra policiais corruptos, é mais um BO em uma sequência que representa
um inferno astral para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Fontes, que estava aposentado da
polícia, foi morto a tiros de fuzil após uma perseguição cinematográfica em
Praia Grande, litoral paulista, na noite desta segunda (15).
Em novembro do ano passado, outro
crime de grande repercussão já havia sido cometido de forma descarada em São
Paulo com a execução de Vinicius Gritzbach, delator do PCC e de policiais
corruptos, no terminal 2 do aeroporto de Guarulhos, uma área de segurança. Ou
seja, o maior aeroporto do país e um dos maiores do mundo, principal porta de
entrada para visitantes do país, que recebeu 41,3 milhões de passageiros em
2023, mostrou-se vulnerável.
Ainda não há confirmação da
autoria, mas o PCC foi criado em 1993, após o Massacre do Carandiru. Portanto,
todos os governos, desde então, têm responsabilidade, não apenas o atual. Mas a
morte de um ex-delegado-geral reforça ao mundo que criminosos sentem-se à
vontade de fazer o que querem em São Paulo, na hora que desejam, com a certeza
da impunidade. E se a morte do delegado tiver participação de policiais, a
percepção será de perda no comando do governo.
Outro constrangimento para Tarcísio que praticamente já caiu no esquecimento é a investigação na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Descobriu-se que auditores fiscais de alto escalão do Departamento de Fiscalização do órgão manipulavam processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários de empresas. Em troca, recebiam mensalidades de propina.
No dia 12 de agosto, o dono e fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, foi preso em uma operação do Ministério Público de São Paulo que investiga um esquema de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e propinas que movimentou mais de R$ 1 bilhão desde 2021. Outras empresas também foram envolvidas, como a Fast Shop.
A repercussão negativa foi tão grande que o próprio governo Tarcísio publicou, uma semana depois, alterações nas regras de concessão de créditos de ICMS —revogando um decreto do início da atual gestão que visava exatamente a acelerar as transferências tributárias. Essa agilidade nos processos de restituição era uma das estratégias usadas pelos funcionários da Secretaria de Fazenda para cometer fraudes a favor das empresas.
Tarcísio também se meteu em um BO gigante ao defender a anistia a seu padrinho, evitando criticar a pressão do presidente Donald Trump pela interrupção do julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Pelo contrário, em um duplo twist carpado, culpou o governo Lula pelo tarifaço que criou problemas a empregos e empresas de São Paulo e do Brasil.
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