Em 2024, o então prefeito Álvaro
Dias fez uma previsão. A leitura dele era que Carlos Eduardo ficaria fora do
segundo turno na disputa pela Prefeitura do Natal. Era uma estimativa ousada,
já que Carlos liderava as pesquisas – algumas davam até chance de vitória no 1º
turno. Dito e feito. A segunda rodada de votação foi entre Natália Bonavides e
o hoje prefeito Paulinho Freire, que foi apoiado por Álvaro. Carlos acabou em
3º.
Agora, o ex-prefeito de Natal
aponta um novo prognóstico. Segundo ele, o prefeito de Mossoró, Allyson
Bezerra, pode ficar fora do segundo turno na disputa para o Governo do Estado.
Isso vai acontecer, adverte Álvaro, se Allyson não conseguir “aglutinar forças”
para a sua candidatura. “Um exemplo como esse nós temos recentemente e podemos
relembrar”, disse ao jornal Diário do RN, citando o pleito de 2024.
Sobre a última eleição municipal, ele analisou: “Houve uma aglutinação de forças de um lado e do outro, e ele [Carlos Eduardo] ficou no meio. E aí realmente ele não foi nem para o segundo turno”. Em 2026, ele acredita que acontecerá o mesmo: a esquerda se juntará em torno de uma candidatura e a direita, de outra. Caso Allyson Bezerra fique isolado, como terceira via, corre o risco de não se viabilizar.
Assim como em 2024, será que Álvaro está com razão?
Na última pesquisa Exatus,
divulgada em setembro, Allyson Bezerra liderava a corrida para governador em
todos os cenários. Em um deles, chegou a 39,4% das intenções de voto. Bem à
frente de Rogério Marinho (27,4%) e de Cadu Xavier (6,9%). Numa disputa direta
com Álvaro, o prefeito de Mossoró vai além: 45,8%, contra 12,9% do ex-prefeito
de Natal.
ENTRELINHAS
As recentes declarações de Álvaro
Dias indicam que a direita bolsonarista já trata Allyson Bezerra como
adversário, apesar do discurso oficial de busca pela união. Em outra entrevista
dada, desta vez ao portal BNews, Álvaro afirmou que “não vai haver divisão” na
oposição, mas não citou Allyson como integrante dela. “O governo de Fátima
Bezerra está reprovado e vai continuar reprovado. O resultado disso será a
eleição de um candidato da oposição ao governo”, cravou Álvaro.
RENÚNCIA
O presidente da Femurn, Babá
Pereira, é pré-candidato ao Senado pelo PL. Mas também tem dito que não será
obstáculo para a união da oposição. Em nome da composição com nomes como
Allyson Bezerra e Álvaro Dias, ele abre mão da disputa e segue na Federação dos
Municípios. Em 2026, serão duas vagas em disputa para o Senado. Um voto Babá já
tem definido: Styvenson Valentim.
SEGURANÇA
Com o tema da segurança pública
de volta ao foco do noticiário, a senadora Zenaide Maia voltou a cobrar a
aprovação de uma PEC de sua autoria. O texto, que está em tramitação no Senado,
propõe aumento nos repasses financeiros na área de segurança da União para os
estados. Começaria em 1% da receita corrente líquida da União, aumentando-se
0,5% ao ano até chegar a 2,5%. “Para combater o crime, é essencial que se
invista mais em segurança”, argumenta Zenaide.
ANTES DO TEMPO
Pré-candidato a deputado federal,
Kelps Lima vai deixar a Secretaria de Planejamento e Finanças de Parnamirim em
dezembro. Pela lei, ele teria até abril para se desincompatibilizar do cargo,
mas vai antecipar a saída da gestão Nilda Cruz. O ex-deputado estadual coordena
a montagem de uma nominata. O grupo tem nomes como Abraão Lincoln, Carlos
Eduardo e Rafael Motta.
QUAQUÁ
“Ninguém enfrenta fuzil com
beijinho. Se enfrenta fuzil dando tiro em quem está com fuzil. Quem morreu no
meio da mata portando fuzil, morreu numa guerra.” A declaração sobre a
megaoperação no Rio de Janeiro poderia ser de um líder da direita, mas é do vice-presidente
do PT, Washington Quaquá. Embora tenha feito ressalvas sobre problemas na
operação, Quaquá disse que a maioria dos mortos na operação era ligada ao
narcotráfico.
VOTO DISTRITAL
O presidente da Câmara, Hugo
Motta, defende a adoção do voto distrital misto no Brasil. O modelo combina
eleição por distritos com listas partidárias. Segundo ele, esta pode ser uma
estratégia para frear o avanço do crime organizado sobre a política, já que o
voto distrital fortalece o vínculo entre eleitores e representantes, reduzindo
a influência do financiamento ilícito nas campanhas. “Penso que é plenamente
possível para as eleições de 2030 estudarmos a mudança do sistema eleitoral.
Porque, senão, vamos ter parlamentares sendo eleitos financiados pelo crime
organizado, que é quem tem acesso a dinheiro vivo e domina muitos territórios
do País.”
Registe-se aqui com seu e-mail




ConversãoConversão EmoticonEmoticon