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* ‘Meu irmão não é monstro’, diz filha do ex-deputado Paulo Frateschi, morto ao ser esfaqueado pelo filho; Imagine se fosse?

A despedida do ex-deputado estadual e histórico militante do PT, Paulo Frateschi, na Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta sexta-feira (7), foi marcada por forte emoção e relatos sobre a tragédia familiar que resultou em sua morte. Ele foi vítima de uma facada desferida pelo próprio filho, Francisco Frateschi, que enfrenta graves transtornos psiquiátricos.

Durante o velório, a filha mais velha do ex-parlamentar, Yara Frateschi, fez um pronunciamento comovente. Em seu depoimento, ela ressaltou que o irmão não deve ser tratado como um criminoso, mas como alguém em sofrimento psíquico profundo. “Ele não é um monstro. É uma pessoa doente. Estamos vivendo uma dor imensa”, afirmou. Segundo Yara, Francisco carrega traumas de um grave acidente automobilístico e da perda precoce de dois irmãos, também vítimas de acidentes de carro.

Ela enfatizou que o pai e a madrasta, Iolanda Fratesch, dedicaram-se integralmente aos cuidados do filho. “Chico é um menino amoroso, afetuoso, que sempre levou alegria por onde passou. Ele tinha um amor imenso pelo pai. O que houve foi fruto da doença. Ele está doente e não sabe o que fez”, disse. A família também destacou que Francisco está internado e em estado de inconsciência desde o episódio.

Iolanda, que presenciou o ataque e também foi ferida, permanece hospitalizada com deslocamento no ombro e deverá passar por cirurgia. Ela deixou temporariamente o hospital apenas para acompanhar o velório.

Repercussão política e homenagem

A cerimônia na Alesp reuniu lideranças históricas do PT e autoridades do governo federal, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ex-ministro José Dirceu — ambos amigos pessoais de Frateschi. Militantes, familiares e parlamentares também prestaram homenagens.

Em nota oficial, o Partido dos Trabalhadores lamentou a perda e destacou o legado de Frateschi:“Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com a justiça social. Sua ausência deixa uma lacuna irreparável.”

Uma história marcada por perdas

Paulo Frateschi e sua família viveram outras tragédias ao longo das últimas décadas. Dois de seus filhos — Pedro, de 7 anos, e Júlio, de 16 — morreram em acidentes automobilísticos, em 2002 e 2003. Em 2015, Francisco sofreu um acidente grave que resultou em sequelas permanentes e levou a uma série de cirurgias.

A relação de afeto, cuidado e dor profunda foi lembrada ao longo das homenagens.

Manifestações nas redes sociais

Lideranças do PT e aliados expressaram pesar:

  • Luiz Marinho, ministro do Trabalho:

“Uma tristeza e uma dor imensa. Paulão fará muita falta.”

  • Fernando Haddad, ministro da Fazenda:

“Companheiro querido, referência de compromisso público e político. Defensor incansável da democracia.”

  • José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil:

“Dedicou sua vida à construção do PT e à luta pela democracia. Seguiremos firmes na sua memória.”

Paulo Frateschi deixa companheira, filhos, amigos e uma longa trajetória marcada pela militância política, pela defesa da democracia e pela resistência durante o período da ditadura militar. Sua morte encerra uma história atravessada por luta, dedicação pública e dores familiares profundas.

Monstro e perigoso.

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