A Polícia Federal prendeu
na segunda-feira (17) Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de
Guarulhos. Ele estava tentando fugir do país em um avião particular para Malta.
Ele foi alvo de uma operação que
mira a venda de títulos de crédito falsos. Após ser preso, Vorcaro foi levado
para a Superintendência da PF em São Paulo.
A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
A prisão aconteceu horas após
o consórcio
liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a
compra do Banco Master.
Na manhã desta terça, o Banco
Central emitiu um comunicado decretando
a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade
dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.
O negócio com o grupo Fictor
teria a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa
um aporte
imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o caixa do Master, que
passa por dificuldades financeiras. A compra ainda precisaria da aprovação
do Banco
Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica, o Cade.
Com a decretação da liquidação
extrajudicial, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente
interrompida.
A PF tinha uma operação prevista
para esta terça, mas a prisão de Vorcaro foi antecipada diante da possibilidade
de fuga dele.
Segundo investigadores, Vorcaro
estava no banco na segunda-feira à tarde. Depois que saiu o comunicado da
venda, ele pegou um helicóptero e foi para o aeroporto de Guarulhos.
Ele seguiu direto do terminal da
aviação executiva pra pegar um avião particular com destino a Malta. Para a PF,
não há dúvidas de que ele estava em fuga - não porque soubesse da operação
desta terça, mas porque queria estar longe depois que a notícia da venda do
Master fosse tornada pública.
No total, a operação Compliance
Zero cumpriu sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão nos estados do
Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo é combater a
emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram
o Sistema Financeiro Nacional.
As investigações tiveram início
em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a
possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição
financeira.
Esses títulos teriam sido
vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por
outros ativos sem avaliação técnica adequada.
Antes da proposta da Fictor, o
Banco de Brasília (BRB) já havia protagonizado uma tentativa frustrada de
adquirir a instituição financeira de Daniel Vorcaro.
O BRB e o Master haviam anunciado
a operação em março, mas o negócio foi barrado cinco meses depois pela
diretoria colegiada do Banco Central — instância máxima do BC, composta pelo
presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores.
Segundo a decisão, divulgada em
setembro, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido
não contemplava todos os requisitos necessários, indicando a ausência de
documentos que comprovassem a "viabilidade econômico-financeira".
A aprovação pelo BC seria o
último passo para a conclusão do negócio, já que o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) havia dado o aval à operação em junho.
A Câmara Legislativa do Distrito
Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e
sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da
transação.
Anunciado em março, o acordo
entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada
majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse:
- 49% das ações ordinárias
- 100% das preferenciais e
- 58% do capital total do Master.
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