Alexandre Ramagem conseguiu a façanha de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Enquanto circulava no exterior, ele apresentava à Câmara notas fiscais de postos de gasolina no Rio de Janeiro, exatamente nos mesmos horários em que ocorria votação no plenário.
Os pedidos de reembolso levantam uma suspeita óbvia e gravíssima, a verba parlamentar, que deveria custear o mandato, teria sido usada por terceiros para abastecer veículos, prática proibida pelo próprio regimento da Câmara. Não é “erro”, não é “confusão de agenda”, é um indício claro de uso indevido de dinheiro público.
A situação se agrava pelo contexto. Ramagem, que já está envolvido em polêmicas sobre fuga e segredos de Estado, agora soma ao currículo uma espécie de teletransporte fiscal, longe do Brasil, mas com o tanque cheio no Rio. Difícil explicar, impossível normalizar.
Se
confirmadas as irregularidades, não estamos diante de um deslize
administrativo, mas de uma infração que fere diretamente a ética no uso de
recursos públicos. E o eleitor tem todo o direito de perguntar, se nem as notas
de combustível batem com a realidade, o que mais não bate?
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