Morreu neste sábado (20) o cantor e compositor Lindomar Castilho, nome que marcou profundamente a música popular brasileira ao longo da década de 1970. Conhecido pelo público como o “Rei do Bolero”, ele construiu uma trajetória de enorme sucesso comercial, ao mesmo tempo em que se tornou figura central de um dos episódios mais chocantes da história artística do país. A informação foi divulgada por familiares.
Recluso nos últimos anos, Lindomar vivia em Goiânia, longe dos palcos e da mídia. Sua morte foi comunicada por sua filha, Lili de Grammont, por meio das redes sociais. Na publicação, ela refletiu sobre o passado doloroso envolvendo o pai e desejou que “sua alma se cure”, mencionando as complexidades emocionais e os impactos deixados por uma história marcada por violência.
Natural de Rio Verde, no interior de Goiás, onde nasceu em 21 de janeiro de 1940, Lindomar chegou a trilhar caminhos distantes da música. Cursou Direito e trabalhou como escrivão de polícia antes de ser descoberto pelo produtor Diogo Mulero, no início dos anos 1960. A partir daí, adotou o nome artístico que o tornaria conhecido em todo o país e lançou, em 1962, o LP Canções que Não Se Esquecem, interpretando clássicos de Vicente Celestino.
O auge veio nos anos 1970, quando se consolidou como um fenômeno de vendas. Canções de forte apelo popular e sentimental, como Você É Doida Demais, Eu Amo a Sua Mãe, Chamarada e Tudo Tem a Ver, dominaram rádios e programas de televisão. O bolero Você É Doida Demais, lançado em 1973, tornou-se um de seus maiores símbolos e alcançou novas gerações ao ser usado como tema de abertura da série Os Normais.
Apesar da fama e do sucesso, sua vida pessoal ganhou contornos trágicos. Em 1979, Lindomar se casou com a cantora Eliane de Grammont, união que durou cerca de um ano e foi marcada por conflitos, ciúmes excessivos e episódios de agressividade, segundo relatos da época. Após a separação, Eliane retomou a carreira artística em São Paulo.
Quando os dois já haviam se separado e o cantor estava no topo das paradas, no dia 30 de março de 1981, Lindomar invadiu o bar Belle Époque, em São Paulo, onde a esposa se apresentava, e deu cinco tiros enquanto ela estava ainda no palco.
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