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* Nem da Rocinha é transferido para o Presídio Federal de Mossoró, RN.

Operação secreta visa enfraquecer o crime organizado no Brasil

Nem da Rocinha, traficante histórico, é transferido do Paraná para presídio em Mossoró em operação da Senappen.

A transferência de Nem da Rocinha, um dos principais traficantes do Brasil e ex-líder da facção Amigos dos Amigos (ADA), ocorreu em uma operação secreta realizada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) no início de dezembro de 2025. O traficante foi deslocado da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, para a Penitenciária Federal de Mossoró, localizada no Rio Grande do Norte. Essa mudança faz parte de uma estratégia das autoridades para desestabilizar as lideranças do crime organizado no país.

Desde que foi preso em 2011, Nem passou por várias unidades prisionais. A última locação no Paraná se deu em outubro de 2023, e sua nova transferência evidencia a intenção das autoridades de aumentar a segurança e o controle sobre aqueles que operam no tráfico de drogas. A operação, que foi mantida nas sombras, busca interromper a comunicação e o comando que Nem poderia exercer de dentro do presídio.

Impacto da transferência no tráfico

Nem da Rocinha é conhecido não apenas por sua longa trajetória no crime, mas também por ser uma figura histórica na Rocinha, uma das favelas mais famosas do Rio de Janeiro. Embora atualmente não ocupe posições de liderança em nenhuma facção, ele é considerado um membro do Terceiro Comando Puro, o que por si só o torna uma figura de relevância no universo do tráfico de drogas. Atualmente, ele cumpre uma pena de 96 anos, reflexo de seus crimes ao longo dos anos.

Durante sua estadia no sistema penitenciário, Nem se tornou emblemático, mas também aparentemente inerte em termos de atividade criminal. Ele optou por se concentrar em sua educação, concluindo o Ensino Médio por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2023, ele participou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), embora não tenha obtido sucesso em ingressar em nenhuma universidade. O fato de que ele leu apenas cinco livros durante 13 anos de encarceramento, uma média de um livro a cada dois anos e meio, mostra a sua limitação na busca por conhecimento durante o cumprimento de sua pena.

Contexto da operação e segurança

As autoridades têm intensificado as operações para conter o avanço das facções criminosas que atuam em diversas regiões do país. A operação que resultou na transferência de Nem da Rocinha é um exemplo de como o governo busca desarticular as estruturas de comando dentro dos presídios. O ex-líder da ADA estava sob a mesma custódia que Fernandinho Beira-Mar, um notório traficante e ex-chefe do Comando Vermelho, até sua saída em março do ano anterior.

As estratégias de movimentação de presos, como a transferência de Nem, são vistas como essenciais para diminuir a influência de líderes como ele nas operações do narcotráfico no Brasil. As autoridades afirmam que a segurança pública deve ser priorizada, e ações como essa são parte de um esforço contínuo para desmantelar as redes criminosas.

Reflexões sobre a vida no cárcere

Nem da Rocinha, refletindo sobre sua vida no cárcere, ficou famoso por suas leituras limitadas e seu envolvimento nas atividades educacionais. Entre as obras lidas, está a famosa “A Cabana”, de William P. Young, que aborda temas de perda e redenção. Apesar de sua trajetória criminal, a busca de Nem por conhecimento formal e sua participação no sistema educativo demonstram uma faceta interessante de sua vida, que poderia ter tomado um rumo diferente sob outras circunstâncias.

A transferência de Nem da Rocinha representa mais uma etapa nas lutas das autoridades para redefinir o controle sobre o crime organizado no país, refletindo a complexidade das operações para garantir a segurança pública.

Nem.

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