Do Blog de Carlos Santos, por Carlos Duarte:
Em dois anos, o governo Robinson Faria (PSD) ainda não conseguiu
sequer fazer funcionar regularmente o básico da gestão, que se traduza
em prestação de serviços à sociedade, principalmente no que se refere à
segurança, saúde e educação. E o que é pior: não tem estratégias de
gestão de crise, nem plano B.
A coisa funciona mesmo com base no principio direto de ação e
reação. Só que suas reações não são capazes de neutralizar as ações
adversas que se impõem no contexto da gestão pública, ora adotada pelo
governo do RN.
Com isso, o caos se instala e se aprofunda gerando prejuízos incalculáveis à população.
Está na hora do governador reconhecer que seu modelo de gestão não
funciona, no atual ambiente de crise em que vivemos, e que alguma
estratégia de saída tem que ser urgentemente implementada. Que, pelo
menos, instale um Comitê Gestor de Crise, envolvendo os diversos
segmentos produtivos e institucionais do RN, apresentando para sociedade
o escopo de uma solução minimamente viável.
Isso poderá resgatar o nível de confiança do investidor e quebrar a inércia de desconfiança da população.
Paralelamente, o governo deve apontar os rumos da retomada do desenvolvimento do Estado, com o aproveitamento das potencialidades existentes, que possam resultar em crescimento do PIB de modo sustentável.
Paralelamente, o governo deve apontar os rumos da retomada do desenvolvimento do Estado, com o aproveitamento das potencialidades existentes, que possam resultar em crescimento do PIB de modo sustentável.
Precisa procurar minimizar as desigualdades existentes,
direcionando e incentivando o crescimento econômico para regiões pouco
produtivas.
O índice de Gini (indicador do IBGE que mede o grau de
distribuição de riqueza) aponta que o RN é o Estado mais desigual do
Nordeste (0,812). Isso significa que a produção de bens e serviços está
concentrada em, apenas, 15 municípios – que detém 75% da economia do
estado.
São eles: Natal, Mossoró, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do
Amarante, Macau, Areia Branca, Caicó, Assu, Baraúna, Ceará-Mirim, São
José do Mipibu, Apodi, Currais Novos e Alto do Rodrigues.
Os outros 152 municípios restantes, que correspondem a 95% do
total de municípios norte-rio-grandenses, respondem por, apenas, 25% do
PIB estadual.
Natal (39%), Mossoró (13%), Parnamirim (6%) e Macaíba (2%) representam 60% de todas as riquezas geradas no RN.
Tem mais: 70% dos valores adicionados pela indústria estão concentrados na região metropolitana de Natal e na região do polo Mossoró.
Tem mais: 70% dos valores adicionados pela indústria estão concentrados na região metropolitana de Natal e na região do polo Mossoró.
Esse cenário explica, em parte, porque o RN tem potencialidades,
mas não se desenvolve. A grande maioria dos municípios, embora tenha
potencialidades econômicas, não tem políticas públicas e nem estratégias
econômicas capazes de desenvolvê-los.
São relegados ao completo abandono dos governantes e entregues à própria sorte, ficando totalmente dependentes de transferências do Governo Federal (Previdência Social, aposentados/pensionistas, Bolsa Família e funcionalismo público).
O problema se agrava, ainda mais, com a seca prolongada e a falta
de obras estruturantes capazes de conviver com o problema – que é
cíclico e previsível, mas que só servem para o governo utilizá-lo como
instrumento de atribuição de culpa a todas as mazelas.
O Governo do Estado – não é apenas exclusividade desta pífia gestão do governador Robson Faria – ao longo do tempo, nunca procurou envidar esforços para reduzir essa brutal desigualdade produtiva. Ao contrário, tem contribuído, cada vez mais, para agravá-la – dividindo o estado do RN em dois polos, um rico que fica na Grande Natal, outro que existe a partir da Reta Tabajara.
O discurso político desenvolvimentista adotado é mais uma falácia.
Não existem estratégias ou políticas públicas voltadas para o
fortalecimento das economias dos pequenos municípios do RN, mas, sim,
suas segregações e marginalizações.
O governador Robinson Faria age como um medíocre gerente de folha de pagamento, que não dá conta sequer de mantê-las em dia.
O contribuinte fica a indagar: por que, mesmo com uma das maiores
cargas tributárias do mundo, o governo presta um serviço de péssima
qualidade e ainda não dá conta de pagar os servidores e os fornecedores?
Simplesmente porque é incapaz, não tem planejamentos e nem estudos
de viabilidades sérios que façam funcionar minimamente o Estado.
Falta-lhe visão empreendedora, liderança, conhecimento profundo da
economia de mercado e, principalmente, humildade, transparência,
autonomia e vontade de resolver.
Robinson Faria.
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