O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defende Adelio Bispo de Oliveira, autor do atentado a faca contra Jair Bolsonaro,
afirmou neste sábado, 8, que foi contratado por uma pessoa do município
de Montes Claros (MG) que pediu sigilo sobre sua identidade. O agressor
vivia na cidade do Norte de Minas.
Segundo Zanone, até o momento foram pagos apenas os deslocamentos e custos da atuação da defesa em Juiz de Fora (MG), onde Bolsonaro foi esfaqueado por Oliveira.
Oliveira e
familiares aparentemente não possuem recursos para arcar com o custo de
advogados. Além de Zanone, a defesa de Oliveira é constituída por outros
três advogados: Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Marcelo Manoel da
Costa e Fernando Costa Oliveira Magalhães.
Eles representam escritórios em Belo Horizonte e região
metropolitana, Barbacena (MG) e Lajeado (RS). “Um processo desse não é
barato”, admitiu Zanone ao Estado. “Tem uma história
que vão fazer uma vaquinha. Espero mesmo que façam. Mas a gente não está
sendo financiado por igreja alguma”, disse o advogado.
Em Montes Claros, segundo as primeiras informações, Oliveira teria frequentado a Igreja do Evangelho Quadrangular. O Estado não conseguiu contato neste sábado com algum representante da igreja.
Zanone já atuou em outros casos de repercussão nacional, como no assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Zanone defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos,
o Bola, condenado pelo assassinato. Ele também fez a defesa de
Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado como um dos mandantes da
missionária americana Dorothy Stang.
Ele disse que acredita ter sido contatado para atuar na defesa de
Oliveira por ser especialista em casos de homicídio e dar aulas em uma
universidade Montes Claros e cursos. Ele afirmou que o contrato prevê
atuação somente na fase da investigação. “Não sei se é interesse nosso
continuar”, afirmou. “Tem gente dizendo que fomos procurados pelo PT,
por partidos políticos. Mas não tem nada disso. Agora, a gente
receberia de qualquer um. Se o partido do Bolsonaro nos contratar, a
gente defende. Não temos nada contra o Bolsonaro.”
A defesa já decidiu que vai pedir o “incidente de insanidade” do
cliente, que usa medicação controlada, de acordo com a defesa. Segundo
os advogados, três peritos ofereceram serviço gratuito. "Normalmente
eles cobram de R$ 20 mil a R$ 30 mil por perícia", disse Zanone.
“Ele acredita que aquilo que fez foi para proteger as pessoas, a
Nação de um facínora”, disse o também advogado Fernando Magalhães. “Não
vendemos fantasia. Vendemos serviço jurídico. Não tem condição de
absolvê-lo.”
Aí tem coisa seu moço.
Estadão.
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