A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta
quinta-feira (29) que havia "infrações criminosas muito graves"
ocorrendo no Rio de Janeiro ao justificar a prisão do governador do estado, Luiz Fernando Pezão (MDB).
Pezão foi preso na manhã desta quinta no Palácio Laranjeiras. Além do
governador, outras oito pessoas foram presas na operação batizada de
Boca de Lobo. De acordo com o Ministério Público Federal, há registros
documentais do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 39 milhões no período 2007 e 2015.
Dodge explicou que embora as investigações sejam realizadas há algum
tempo, as prisões foram necessárias porque crimes como o de organização
criminosa e lavagem de dinheiro ainda estão em curso.
"Um dos crimes em curso é o de organização criminosa, continua atuando e
especialmente à lavagem de dinheiro. A lavagem é o crime que se pratica
após a corrupção e que consiste em ocultar onde o dinheiro está. Pelas
informações, continua a ser feito", disse a procuradora.
A procuradora-geral da República afirmou que o crime de lavagem de
dinheiro é "igualmente grave" porque, "se o dinheiro desviado pela
corrupção continua na posse de quem desviou, o patrimônio publico terá
dificuldade em ser recomposto".
Dodge ressaltou que "o esquema criminoso" que atua no Rio de Janeiro se
instalou "em diversas unidades públicas do estado". Ela disse ainda que
"muitos já estão condenados e presos, mas percebeu-se que este esquema
criminoso ainda não cessou".
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