– A única pessoa que pode responder por que o Magno não foi confirmado é o próprio presidente. Para mim, Bolsonaro disse três vezes que estava pensando em colocar o Magno no Ministério da Cidadania. Apoio integralmente o Bolsonaro, mas não vou concordar 100% com as ações dele. A unanimidade é burra – disse Malafaia.
Ainda na pré-campanha, Magno Malta era tratado como “vice dos sonhos”
por Bolsonaro. Candidato por um partido nanico, sem tempo de TV e sem
apoio de partidos, o agora presidente eleito era considerado um
investimento de risco. Malta não apenas recusou compor a chapa de
Bolsonaro como divulgou sua decisão a evangélicos antes mesmo de avisar o
presidente eleito. Abertas as urnas, Bolsonaro saiu eleito e Malta
derrotado. Segundo aliados do presidente eleito, o senador passou então a
cobrar ostensivamente um lugar na equipe, como se tivesse alguma fatura
a ser cobrada de Bolsonaro.
O comportamento do senador, que, em entrevista ao GLOBO, chegou a se
autoproclamar ministro – “Vou ser ministro, sim”, disse na ocasião –,
acabou por distanciá-lo do presidente. Ao avaliar o purgatório de Malta
na transição, Malafaia criticou o fato de o presidente eleito cogitar
nomear a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) – que foi vice de Geraldo
Alckmin (PSDB) na campanha – para um posto no Palácio do Planalto
enquanto aliado é preterido.
– Não faço parte do núcleo político de Bolsonaro. Não sei como
algumas coisas funcionam. Mas não concordo que Ana Amélia, vice de
Alckmin, que sempre criticou Bolsonaro, que só declarou apoio no segundo
turno, tenha espaço. Malta não, perdeu a eleição porque fez campanha
para Bolsonaro – disse Malafaia.
O líder religioso voltou a afirmar que Malta foi o primeiro político a
encampar a candidatura de Bolsonaro. No dia da vitória no segundo
turno, o próprio presidente eleito disse em seu pronunciamento que
gostaria de ter o senador ao seu lado no Planalto, mas não disse em que
cargo. Ao GLOBO, Malta chegou a exaltar seus laços com Bolsonaro.
— Onde eu estiver, eu estarei perto dele. Ele vai anunciar (para o ministério) — disse Malta, na ocasião.
Em nota enviada à imprensa após o anúncio de Osmar Terra, Magno Malta
desejou sorte ao escolhido. “Eu tenho certeza que participei de uma
luta grandiosa para libertar o Brasil do viés ideológico. Meu ideal era
mudar a política no país e foi a vitória mais importante. Quem escolhe o
ministério é o presidente, que tem meu apoio e desejo boa sorte para o
Ministro Osmar Terra e para o novo governo. Deus acima de todos”, disse.
Esse Malafaia é muito é trambiqueiro, opinião.
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