O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (30) que o presidente eleito Jair Bolsonaro
garantiu a mudança da embaixada brasileira para de Tel-Aviv para
Jerusalém. A declaração foi feita durante um encontro com a comunidade
judaica do Rio de Janeiro no Hotel Hilton em Copacabana.
“Bolsonaro disse ‘eu vou mudar a embaixada para Jerusalém,
não é uma questão de ser, mas uma questão de quando'”, disse o
primeiro-ministro. Os dois se reuniram no Rio na sexta-feira, primeiro
dia da visita oficial de Netanyahu ao Brasil, onde acompanhará a posse
do presidente eleito, na próxima terça-feira, em Brasília.
Nos pronunciamentos públicos de sexta-feira, após um almoço e uma
reunião, e num evento numa sinagoga, Bolsonaro não tocou no tema da
embaixada.
A transferência da representação diplomática brasileira para
Jerusalém, um gesto de reconhecimento de que a cidade sagrada é a
capital do Estado de Israel, foi promessa de campanha de Bolsonaro —
seguindo os passos de Donald Trump, que transferiu a representação diplomática dos EUA para a cidade.
O status de Jerusalém é, talvez, o problema mais delicado do
conflito palestino-israelense. Israel considera a cidade inteira sua
capital, enquanto os palestinos consideram Jerusalém Oriental como a
capital de seu futuro Estado. Tradicionalmente, a política externa
brasileira tem apoiado uma solução de dois Estados.
O governo israelense acredita que não haverá retaliação das nações
árabes contra o Brasil devido à mudança do local da sede da embaixada
brasileira. O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Zeben,
entretanto, lamentou a iniciativa de Bolsonaro e a Liga Árabe considera a mudança um revés nas relações com os países árabes.
O setor agrícola teme reflexos negativos nas exportações. Dados da Secretaria
de Comércio Exterior (Secex) mostram que, de janeiro a setembro deste
ano, o Brasil exportou para Oriente Médio — excluído Israel — um total
de 9,6 bilhões de dólares em produtos.
O Irã foi o sexto maior comprador de bens brasileiros, com 4,6
bilhões dólares. Israel importou 256 milhões de dólares do Brasil no
mesmo período, o que coloca o país no posto de 64º maior mercado do
Brasil.
Economicamente é péssimo para o Brasil.
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