O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou na
tarde de hoje (12) as declarações do ministro da Fazenda, Eduardo
Guardia, de que a equipe econômica deverá recomendar o veto à lei
aprovada ontem (11) que ampliou incentivos para empresas instaladas nas
áreas de atuação de órgãos de desenvolvimento regional. O parlamentar
negou que a aprovação da medida seja uma “pauta-bomba” para o próximo
governo.
“O processo democrático é um ciclo. Um texto é votado nas duas Casas,
o governo tem a liberdade de vetar ou sancionar e, vetado, para
encerrar o ciclo, o parlamento tem o direito de ratificar a decisão do
presidente ou vetar. A democracia não pode ser torta, onde só o Poder
Executivo comanda e decide os futuros do país. O problema é que as
pessoas vão para o Ministério da Fazenda, tão poderoso, e acabam ficando
um pouco autoritárias”, disse.
Ontem, o plenário da Câmara aprovou um projeto de lei prorroga os
incentivos fiscais concedidos a empresas que atuam nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste. Como já havia sido aprovado pelos senadores, o
texto segue agora para sanção presidencial. Na manhã desta quarta-feira,
o ministro da Fazenda disse à jornalistas que a extensão de incentivos
fiscais terá impacto de R$ 3,5 bilhões por ano para as contas da União,
totalizando R$ 17,5 bilhões nos próximos cinco anos.
Pelo texto aprovado, será ampliado de 2018 para 2023 o prazo
concedido a empresas que têm projetos para instalar, modernizar ou
ampliar empreendimentos localizados nas superintendências de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e do
Centro-Oeste (Sudeco). Se sancionada, a lei vai permitir que as
companhias continuem pagando 75% a menos do Imposto de Renda calculado
com base no lucro da exploração.
Maia disse que o trecho da matéria que incluía o impacto fiscal
chegou a ser retirado, mas decisão do plenário reintegrou o dispositivo
ao texto. “A securitização [da dívida ativa] está para ser votada agora,
a questão da Sudam e da Sudene, já veio do Senado aprovada, a parte da
Sudam e da Sudene não gera nenhum novo impacto fiscal. A parte da
Sudeco, a parte do Centro-Oeste gera, nós tínhamos tirado – mas voltou
por uma decisão do plenário – e isso é uma questão da democracia,
ninguém pode controlar o texto da Câmara”, disse.
Rodrigo Maia descartou ainda que as matérias colocadas em votação
tenham ligação com a disputa pela reeleição da presidência na próxima
legislatura. “Eu tenho certeza que as matérias que estou pautando não
tem nenhuma relação com 1º de fevereiro”.
Foi apenas um recado do Rodrigo Maia.
Agência Brasil
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