O ex-juiz Sérgio Moro passou no primeiro teste desde que trocou a
toga pela condição que ele diz ser temporária de ocupante de um cargo
político e de servidor de um governo – no caso, titular do Ministério da
Justiça do presidente Jair Bolsonaro.
Se dependesse de suas sugestões, o decreto que afrouxou as
regras para a posse de armas no país assinado, ontem, pelo presidente,
não teria sido tão permissivo quanto foi, mas fazer o quê? Com a toga,
Moro era senhor de sua vontade. Sem ela, Moro agora tem um chefe.
Numa prova que já se acostumou com a ideia, que contraria a esperança
alimentada por muitos de que ele seria capaz de frear os instintos mais
primitivos de Bolsonaro, Moro engoliu a seco o desprezo do presidente
por recomendações que lhe fizera.
Uma delas: a de que se limitasse apenas a duas as armas de fogo a
serem compradas por quem as quisesse. Poderão ser quatro. Outra
recomendação: que não fosse automática a renovação do registro para quem
já dispõe de armas registradas. Será automática.
Moro também foi obrigado a ouvir calado como se concordasse com elas
afirmações do tipo que se cumpria a vontade dos brasileiros por mais
armas – a maioria de fato é contra. Ou de que mais armas nas mãos das
pessoas tornam a vida mais segura – é o contrário.
Timidamente, informou que no seu ministério não há nenhum estudo em
curso para que se possa também liberar o porte de armas fora de casa ou
no ambiente de trabalho – mas há um projeto nesse sentido que foi
aprovado na Câmara e que deverá ser votado no Senado.
Sim, senhor!
Noblat
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