A decisão
dos Estados Unidos de bloquear o acesso do governo de Nicolás Maduro a
dinheiro pago pela compra de petróleo da Venezuela é um dos
passos de uma espiral muito veloz de mudança política no país, avalia
Diego Area, diretor associado do centro Adrienne Arsht Latin América, do
think tank Atlantic Council, em Washington.
“O que está claro é que é um processo que vai em espiral muito veloz.
A reconstrução de países é um processo de médio prazo, mas a mudança
política é inevitável e virá, porque a comunidade internacional está
absolutamente comprometida e há uma pressão social interna”, afirma
Area.
Ele destaca que a medida dos EUA que atinge a PDVSA,
a estatal venezuelana de petróleo, é uma estratégia que nasceu na
presidência interina da Venezuela, de Juan Guaidó. “Há algumas horas
fizeram um comunicado pedindo que congelassem os ativos”, afirma Area,
que considera o congelamento uma medida para “proteger o dinheiro” do
regime de Maduro.
A medida adotada pelos EUA nesta segunda-feira foi considerada como
“perigosa” por economistas como Jeffrey Sachs que, em entrevista à CNN,
disse que o passo tomado em Washington poderia levar a Venezuela a uma
“catástrofe”.
Diego Area considera que a população venezuelana já está sofrendo
limitações e, portanto, a medida adotada pelos EUA não impõe sanções ao
povo, mas sim protege o dinheiro do país.
“Guaidó foi muito claro em dizer que é um processo ordenado e
progressivo. A primeira medida é congelar. Posteriormente, se buscará os
mecanismos para que esse dinheiro oxigene o seu governo para permitir
que ele possa começar a executar o poder. Vai gerar um efeito positivo
no médio prazo”, avalia.
“O povo venezuelano está esperançoso pelo retorno à democracia e
reconstrução do país. O que está claro é que enquanto Maduro continuará
usurpando o poder, a miséria continuará”, afirma.
Informações na pauta.
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