Presidente do Brasil entre 1995 e 2002, Fernando Henrique Cardoso,
fundador e presidente honorário do PSDB, está em Paris, onde participou
do diálogo com o sociólogo e seu ex-professor, Alain Touraine. O
ex-presidente concedeu entrevista exclusiva à RFI logo antes de entrar
na sala, lotada, para debater com o colega, com quem mantém um diálogo
que já dura cinco décadas.
No debate intitulado “Ordem contra a democracia?”, organizado pelo
Colégio de Estudos Mundiais, da Fundação Casa das Ciências do Homem
(FMSH, na sigla em francês) e que teve lugar na Casa da América Latina,
em Paris, os dois sociólogos discutiram a crise dos sistemas
democráticos ocidentais. Dando continuidade a este ciclo de debates, a
Fundação organiza, no dia 31 de janeiro, também na capital francesa, uma
conferência intitulada “Brasil: as raízes da vitória da extrema
direita”.
Na entrevista para a RFI, FHC, como é conhecido no Brasil, explica
por que, mesmo não tendo votado no presidente Jair Bolsonaro e sendo
“oposição”, não apoiou Haddad em outubro de 2018. Fala também da crise
da democracia brasileira, do fim de um ciclo iniciado com a Constituição
de 1988 e de suas expectativas quanto ao novo governo.
No final do evento, membros do coletivo Alerta França-Brasil, criado
em Paris em 2016 por ocasião do processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff, abriram uma faixa em frente à mesa onde aconteceu o
debate e chamaram o ex-presidente de “golpista”. Perguntado se tinha se
incomodado com o protesto, Cardoso disse que não, pois “estava
acostumado”.
FHC na pauta.
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