Designado no Ministério Público do Rio de Janeiro para tocar o
procedimento investigatório criminal que apura o caso envolvendo o
senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) e o ex-assessor dele Fabrício Queiroz,
o promotor Cláudio Calo já relativizou os 48 depósitos de 2.000 reais
cada um em dinheiro vivo feitos na conta bancária de Flavio – que ele,
agora, está encarregado de investigar.
Em meados de janeiro, respondendo a uma publicação do colunista da
Folha de S.Paulo e da RedeTV! Reinaldo Azevedo, Calo escreveu que
“tecnicamente, o crime de lavagem de capitais é um crime parasitário,
acessório, pressupõe uma infração penal antecedente. O fato de haver
fracionamento de depósitos bancários e em dh (dinheiro) gera suspeitas,
mas, por si, não é crime de lavagem, pois pode a origem do dh (dinheiro)
ser lícita”.
A resposta do promotor fluminense se deu a um tuíte de Azevedo em que
o colunista divulgou um texto no qual tratava sobre o fato de o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, já ter defendido
em livro que o expediente de fracionar depósitos costuma ser empregado
no crime de lavagem de dinheiro.
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),
que lista os 48 depósitos na conta de Flavio Bolsonaro, revelado pelo
Jornal Nacional, afirma, com base em uma circular do Banco Central que
trata de lavagem de dinheiro, que pode ter havido “a realização de
operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem
artifício para a burla da identificação dos responsáveis ou dos
beneficiários finais”.
Além da parcimônia de Calo sobre os depósitos, ele já divulgou em seu
perfil no Twitter o link de duas entrevistas de Flavio Bolsonaro, uma à
RedeTV! e outra à GloboNews, e um tuíte de Carlos Bolsonaro em que ele
exaltava a modéstia da viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao
Fórum de Davos, em uma comparação à da ex-presidente Dilma Rousseff
(PT).
Depois da escolha de Cláudio Calo como novo promotor do caso Coaf no
MP-RJ, internautas encontraram a resposta dele à publicação de Reinaldo
Azevedo e as publicações sobre Flavio e Carlos e passaram a acusá-lo de
“passar o pano” para o senador.
Sabor: Mito.
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