O presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu na manhã deste domingo (24)
o líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), para tratar
sobre as articulações com a Casa para a tramitação da reforma da
Previdência.
O major disse que não tratou sobre um possível encontro entre
Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas falou em
aproximação. “A semana passada foi uma semana muito tensa e agora a
gente vai caminhar para uma aproximação”, disse.
O encontro, no Palácio do Alvorada, durou menos de uma hora. Não estava previsto na agenda oficial do presidente.
“Tratamos sobre articulação política, sobre a próxima semana, sobre
como retomar os trabalhos pra aprovação da nova Previdência questão do
votos na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], articulação a
respeito do trabalho do Felipe Francischini [presidente da CCJ], Onyx
[Lorenzoni, ministro da Casa Civil]”.
Maia tem criticado fortemente a postura do presidente e aliados com
relação à tramitação da reforma da Previdência, colocando -se fora do
centro da articulação para a aprovação do texto. Em meio a bate boca
público, Bolsonaro disse, ainda no Chile, que a reforma é assunto do
Congresso.
Parlamentares e legendas tem reforçado apoio às declarações de Maia. O
presidente do PRB, Marcos Pereira, disse que Bolsonaro parece não
querer aprovar a reforma.
“Bolsonaro sempre votou contra todas as propostas de reforma durante
28 anos como deputado, durante sua campanha criticou a reforma da
Previdência, disse na quinta que não concorda com ela, e agora joga a
responsabilidade para o parlamento. Ele parece não querer aprovar a
reforma”, escreveu Pereira, primeiro vice-presidente da Câmara.
O deputado Cacá Leão (PP-BA) disse que o governo precisa descer do
palanque. “A responsabilidade de aprovar a reforma da Previdência é do
presidente da República! O governo precisa descer do palanque é discutir
com os parlamentares os ajustes”.
Partidos com o DEM e o PSD divulgaram nota sobre a crise.
“A implementação de regras duras e necessárias que cortem privilégios
dependem de posturas corajosas e de defesas enfáticas. O mundo real é
assim. O virtual aceita ataques que só geram ódio, não o
desenvolvimento”, diz nota do DEM.
A nota assinada pela bancada do PSD na Câmara argumenta que as
agressões que Maia tem recebido nas redes sociais de apoiadores de
Bolsonaro atingem não só o presidente da Casa mas também buscam erodir o
Poder Legislativo.
“Tais ataques, movidos por interesses não confessáveis e agentes
manipulados, tentam amesquinhar o debate democrático”, diz a nota da
bancada, que reúne 34 deputados.
“A nossa pronta e contundente repulsa a esses ataques é, também, um
alerta contra os maléficos desígnios dos que hoje agridem reputações e
amanhã, se permitirmos, avançarão contra as instituições”.
Bolsonaro poderá ficar isolado, fica a dica.
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