O boneco gigante do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estreou sob
chuva, esquema de segurança especial e vaias no Carnaval de Olinda (PE).
Ao lado da escultura que representa a primeira-dama, Michele
Bolsonaro, o “Jairzão” puxou o cortejo de cem gigantes nesta
segunda-feira (04).
Em diversos momentos do desfile muitos foliões vaiavam e entoavam o
verso mais repetido neste Carnaval olindense: “ai, ai, ai, Bolsonaro é o
carai”.
A tensão dividiu espaço com a alegria do desfile. Em alguns momentos
do percurso pelas ladeiras da cidade o boneco foi atingido por latas de
cerveja e pedras de gelo.
Uma mulher que supostamente teria tentado derrubar a alegoria foi
agredida por um policial militar e houve princípio de correria, mas logo
a situação foi normalizada.
Dois dos cinco seguranças contratados pela Embaixada dos Bonecos
Gigantes permaneceram ao lado do boneco da concentração, pouco antes das
10h, até a dispersão, que ocorreu no início da tarde.
Um dos homens ameaçou diversas vezes alguns foliões com spray de
pimenta. Pelo menos duas vezes foi preciso parar para limpar a
escultura.
O auxiliar de serviços gerais Natan José de Oliveira, 23, disse à
Folha ainda na concentração do bloco que pela primeira vez em 11 anos
estava com medo de desfilar como bonequeiro.
Eleitor declarado de Bolsonaro, durante o cortejo ele respondia às críticas dançando e rodando o boneco de 20 quilos.
Próximo à sede da Prefeitura de Olinda, um dos pontos mais disputados
no Carnaval da cidade, uma foliona exibiu uma camisa com a imagem de
Bolsonaro. Ela posou para fotos fazendo gestos de armas com a mão diante
do boneco e chegou a ser hostilizada por outros foliões.
A expectativa é de que Bolsonaro volte à folia pernambucana nesta terça-feira (05), no Recife Antigo.
O poder e os seus desgastes.
Folhapress
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