O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desqualificou o
projeto anticrime apresentado pelo ministro Sergio Moro (Justiça e
Segurança Pública), dizendo que o texto é um “copia e cola” de proposta
sobre o mesmo tema que foi apresentada no passado pelo ministro
Alexandre de Moraes, do STF.
Ao chegar à Câmara, Maia mostrou irritação com o ministro ao chamá-lo
de “funcionário do presidente Jair Bolsonaro” e dizer que ele “está
confundindo as bolas”.
“O funcionário do presidente Bolsonaro? Ele conversa com o presidente
Bolsonaro e se o presidente Bolsonaro quiser ele conversa comigo. Eu
fiz aquilo que eu acho correto [sobre a proposta de Moro.
O projeto é
importante, aliás, ele está copiando o projeto direto do ministro
Alexandre de Moraes. É um copia e cola. Não tem nenhuma novidade, poucas
novidades no projeto dele”, disse em resposta a um questionamento sobre
se Moro estava se intrometendo na Câmara.
Na última quinta-feira (14), Maia determinou a criação de um grupo de
trabalho para analisar o chamado projeto de lei anticrime de Moro e
duas outras propostas correlatas que já tramitavam na Câmara. Como o
grupo de trabalho tem o prazo de 90 dias para debater as matérias, na
prática Maia suspendeu momentaneamente a tramitação da maior parte do
pacote legislativo do ministro da Justiça.
O deputado disse ainda que o projeto prioritário é o apresentado por
Moraes, quando ele era ministro da Justiça, ainda no governo de Michel
Temer.
Segundo Maia, a votação do pacote se dará no futuro, após a Casa
analisar a reforma da Previdência, considerada crucial para o governo
Bolsonaro.
O deputado negou estar irritado com Moro e disse que o ministro “conhece pouco a política”.
“Eu sou presidente da Câmara, ele é ministro funcionário do
presidente Bolsonaro. O presidente Bolsonaro é quem tem que dialogar
comigo. Ele está confundindo as bolas, ele não é presidente da
República, ele não foi eleito para isso. Está ficando uma situação ruim
para ele. Ele está passando daquilo que é a responsabilidade dele. Ele
nunca me convidou para perguntar se eu achava que a estrutura do
ministério estava correta, se os nomes que ele estava indicando estavam
corretos”, afirmou.
O presidente da Câmara ironizou Moro, insinuando que o ministro busca
destaque na imprensa ao querer aprovar a proposta apresentada.
“O projeto vai andar no momento adequado, ele pode esperar para ter
um Jornal Nacional, um Jornal da Band, ou da TV Record, ele pode
esperar.
Maia tá subindo o tom.
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