O deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) apresentou nesta
quarta-feira, 17, um pedido de impeachment contra o vice-presidente da
República, Hamilton Mourão (PRTB).
Na peça protocolada na Câmara dos Deputados, Feliciano argumenta que a
“deslealdade” de Mourão perante o presidente Jair Bolsonaro (PSL),
supostamente provocada por declarações do vice em sentido contrário ao
que defende o titular, pode ser enquadrada como crime de
responsabilidade.
“As críticas e contraditas são sempre públicas, de um lado
demonstrando falta de unidade (o que é manifestamente prejudicial ao
país) e de outro evidenciando a deslealdade do vice-presidente para com o
seu companheiro de chapa”, escreve o deputado.
No entendimento de Feliciano, Mourão tem compromisso com o que foi
defendido durante a campanha eleitoral, e não poderia se manifestar em
contrário.
Entre os pontos elencados por ele, está um tuíte da jornalista Rachel
Sherezade, em que ela diz que Bolsonaro é “vinagre” enquanto ele,
Mourão, seria “vinho”. A falha de Mourão nesse caso teria sido, segundo o
deputado, ter “curtido” a mensagem.
O deputado alega que, ao se eleger para compor a chapa, o
vice-presidente abriu mão de parte da sua liberdade de expressão. “Se ao
denunciado era facultado em sua vida privada o direito de exercer a
pleno sua liberdade de expressão, bem é certo que enquanto um dos altos
dignatários (sic) da nação tal liberdade deve ser balizada pelo dever de
lealdade à instituição a que serve e ao chefe da mesma.”
Apesar de toda essa exposição, Feliciano admite que o principal não é
se houve ou não crime, uma vez que, no entender dele, o único critério
deve ser o da “conveniência”, estando o Parlamento apto a definir o que
pode ou não ser considerado um delito suficiente. “O objetivo do
impeachment não é punir culpados por crimes, mas sim proteger o estado
da ação de maus governantes.”
O pedido deverá ser analisado agora pelo presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Tendo plena ciência de que as chances
de que a ideia prospere são nulas, Feliciano foi às redes sociais
afirmar que é um “tiro de prata”. “Dilma teve dezenove pedidos antes do
derradeiro. Espero que o General Mourão tenha postura leal com o
presidente Jair Bolsonaro. Chega de conspiração, agora é hora de união.”
Agora torou tudo seu moço...
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