Congressistas do Partido Aprista Peruano (PAP), do ex-presidente Alan
García, que nesta quarta-feira (17) se suicidou com um tiro na cabeça
quando seria detido em cumprimento de uma ordem judicial, culparam o
Ministério Público pela tragédia.
O congressista Mauricio Mulder declarou à imprensa que esta tragédia é
“a concretização de um mecanismo de perseguição e busca de popularidade
doentia por parte de algumas pessoas que se alimentam de poder e que
querem ficar na história como carcereiros”.
Por sua vez, o ex-chanceler Luis Gonzales Posada, também militante do
PAP, acusou o Ministério Público de querer prender arbitrariamente
políticos sem um devido processo.
“É o resultado de um pérfido, malévolo e de uma abusiva violação de
um Ministério Público que pode deter quem quiser”, criticou o
ex-chanceler.
A ex-ministra do Interior Mercedes Cabanillas também acusou o órgão
de abusar de sua autonomia para perseguir personagens como García e
“encobrir” outros, como a ex-prefeita de Lima Susana Villarán, também
investigada pelo caso Odebrecht no Peru.
“Lamento a atuação da Promotoria. Alan García sempre mostrou disposição a ser investigado”, declarou.
Cabanillas considerou injusta a ordem de detenção decretada contra García por considerar que não há provas.
“Podemos ser investigados, mas desde que nossos direitos sejam
respeitados. Por que fazer isso? Me desperta um pouco de suspeita”,
questionou o ex-congressista.
Além de García, a Justiça decretou a prisão de Luis Nava, secretário
da Presidência durante o governo do líder do PAP, e Miguel Atala, também
colaborador do ex-presidente. Ambos são apontados pela investigação
como testas de ferro de García.
A Justiça também pediu a prisão do ex-ministro de Transportes,
Comunicações, Habitação e Construção Enrique Cornejo, que se entregou às
autoridades horas depois.
A situação legal de García se complicou no domingo, quando trechos de
uma delação premiada da Odebrecht revelaram que o ex-secretário da
Presidência e seu filho, José Antonio Nava, receberam US$ 4 milhões da
empresa para a concessão do contrato de construção da linha 1 do metrô
de Lima.
Se matou na manhã de hoje...
R7, com EFE
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