O depoimento prestado à Polícia Federal pela deputada Alê Silva, do
PSL de Minas Gerais, na última quarta-feira, 10 de abril, reforça as
suspeitas sobre o esquema de candidaturas laranjas usadas para desviar
verba pública eleitoral no PSL de Minas Gerais, e reforça também a
possível participação do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro
Antônio, no caso. O ministro era presidente estadual do partido na época
da eleição. A investigação está sob sigilo e não tem prazo para
terminar.
A deputada, que cumpre seu primeiro mandato, prestou depoimento de
forma espontânea e pediu proteção policial para a Polícia Federal, já
que recebeu a informação de que o ministro do Turismo teria feito
ameaças contra ela durante uma reunião com colegas de partido no final
de março, em Belo Horizonte. As informações são do site Folha de S. Paulo
deste sábado. Ela recebeu a informação sobre a ameaça em 1º de abril,
em seu escritório político na cidade de Ipatinga. O ministro Marcelo
Álvaro Antônio nega as ameaças a argumenta que a deputada faz campanha
difamatória contra ele em busca de espaço na legenda.
De acordo com a entrevista concedido ao jornal, a deputada teria
descoberto o esquema de candidatas laranjas após a eleição ouvindo
relatos de políticos do PSL mineiro. O PSL é o partido do presidente da
República Jair Bolsonaro. Ela também reuniu dados que pesquisou nas
prestações de contas das candidatas de sua legenda e encaminhou o
material para a Associação Patriotas em Foco, de sua cidade, que então
fez denúncia ao Ministério Público no início de fevereiro.
Alê Silva deve prestar novo depoimento à Polícia Federal nas próximas
semanas. A deputada foi eleita com 48 mil votos e afirma que durante
sua campanha pela região do Vale do Aço, em Minas Gerais, não ouviu
falar sobre duas outras candidatas do partido, que hoje são apontadas
como laranjas.
Em depoimentos anteriores, quatro candidatas do PSL de Minas
afirmaram à Polícia Federal terem sido usadas ou recebidos proposta para
serem laranjas da legenda no Estado, comandada então pelo hoje ministro
do Turismo.
Depois da publicação da reportagem pela Folha de S. Paulo,
Janaína Paschoal, deputada estadual em São Paulo pelo PSL, cobrou, pelas
redes sociais, que o presidente Jair Bolsonaro demita o ministro do
turismo.
Grave demais esse tema.
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