A juíza federal Gabriela Hardt, que condenou o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção no caso do sítio de Atibaia, no
âmbito da Operação Lava Jato, admitiu hoje que escreveu sua sentença
usando como modelo a decisão do ex-juiz Sergio Moro também contra o
ex-presidente. A defesa de Lula protocolou uma reclamação do STF
(Supremo Tribunal Federal) informando que o uso de texto de Moro na
sentença dela comprovaria que o ex-presidente não está sendo
propriamente julgado. Hardt negou qualquer injustiça. A informação é do Portal UOL.
Ela ainda disse que usa decisões de colegas como base para todas as
suas decisões. "A gente sempre faz uma sentença em cima da outra. E a
gente busca a anterior que mais se aproxima", afirmou. "Nosso sistema
tem modelo para que a gente comece a redigir em cima dele. Eu faço isso
em todas as minhas decisões. Raramente começo a redigir uma sentença do
zero porque seria um retrabalho."
A juíza disse que, no caso do Lula, a sentença mais parecida
disponível no sistema era o do ex-juiz Moro, hoje ministro da Justiça,
que condenou o ex-presidente por corrupção no caso do apartamento
tríplex no Guarujá. Por isso, essa sentença foi usada.
Ela afirmou que, antes de começar a escrever a sentença do
ex-presidente, foi avisada por amigos que a defesa do ex-presidente Lula
teria contratado um perito para analisar sua decisão. Não esclareceu,
entretanto, como teve acesso a essa informação.
Dias após a divulgação da sentença, a defesa do ex-presidente
divulgou o parecer do perito Celso Mauro Ribeiro Del Picchia, membro
emérito da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo e da
Associação Brasileira de Criminalística, que concluía que Hardt havia
escrito a decisão " em cima do texto que o ex-juiz Sergio Moro".
"Há certeza técnica de que a sentença do sítio foi superposta ao
arquivo de texto da sentença do tríplex, diante das múltiplas e
extremamente singulares 'coincidências' terminológicas", informou o
documento, que foi encaminhado ao STF.
Por conta do laudo, a defesa de Lula apontou que o ex-presidente "não
estão sendo propriamente julgados nas instâncias inferiores; ao
contrário, ali estão sendo apenas formalizadas decisões condenatórias
pré-estabelecidas, inclusive por meio de aproveitamento de sentenças
proferidas pelo ex-juiz da Vara, símbolo do programa punitivo
direcionado".
k
Assim fica difícil seu moço.
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