Líderes de partidos de oposição (PT, Psol e PCdoB) anunciaram nesta
segunda-feira (10) obstrução total nas votações da Câmara dos Deputados,
após a divulgação de mensagens atribuídas ao atual ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, e a membros da força-tarefa da Lava
Jato pelo site de notícias The Intercept.
Em texto que acompanha a publicação das três reportagens divulgadas
ontem, o Intercept Brasil sustenta que o teor das mensagens indica
“comportamentos antiéticos e transgressões que o Brasil e o mundo têm o
direito de conhecer”. Segundo o site, são “discussões internas e
atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da
força-tarefa da Lava Jato.”
Segundo a líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ),
partidos da oposição se unirão para inviabilizar todas as atividades na
Câmara como forma de pressionar a adoção de medidas. Os parlamentares
pedem a renúncia de Sergio Moro do cargo de ministro, o afastamento de
procuradores da Lava Jato Deltan Dallagnol e Laura Tessler, além da
perícia de telefones funcionais desses procuradores. “Iremos obstruir
todas as pautas enquanto não forem tomadas providências. Não vamos votar
nada até que medidas sejam tomadas”.
Uma nova reunião com líderes de partidos da oposição está marcada
para esta terça-feira (11), na sede do PSB, em Brasília, às 10h30.
Segundo Feghali, o grupo de parlamentares está procurando diálogo com
deputados dos partidos de Centro e o presidente da Câmara, deputado
Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Base aliada
A Frente Parlamentar da Segurança Pública divulgou um manifesto em
apoio aos procuradores da operação Lava Jato e ao ministro Sergio Moro.
Assinado pelo coordenador da Frente Parlamentar, deputado Capitão
Augusto (PL-SP), o documento afirma que não se pode deixar que a
“operação, as instituições e seus membros, sejam enfraquecidos ou
desmoralizados”.
“A divulgação de trechos atribuídos às autoridades públicas em vez de
causar espécie diante da utilização de meios escusos, criminosos e
violentamente contra a nossa Constituição para a sua obtenção, pasmem,
ganhou destaque na mídia sob a insinuação de que os trechos livremente
manipulados pelo duvidoso site dariam conta de pôr em cheque a
credibilidade da operação e dos agentes públicos envolvidos”, diz o
manifesto.
O documento ressalta ainda que a operação Lava Jato “é a maior
investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o mundo já teve”. “O
volume de recursos desviados, conforme apurado, está na casa de bilhões
de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos
de participar do esquema de corrupção”, completa.
Era tudo que a oposição queria.
Agência Brasil
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