O juiz da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Flávio Itabaiana,
determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de outras oito pessoas
vinculadas ao antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Dois meses atrás ele já havia
levantado os sigilos de 86 pessoas e nove empresas.
Além disso, o juiz reforçou a fundamentação para a quebra dos
sigilos. A falta de fundamentos – inicialmente resumidos em apenas uma
linha de texto – é objeto de um habeas corpus impetrado pela defesa do
senador.
“Fica muito claro que eles tentam sanar os vícios da primeira decisão
que não tinha a fundamentação necessária para justificar uma medida
dessa dimensão”, disse o advogado de Flávio, Frederick Wassef. A 27ª
Vara Criminal e o Ministério Público do Rio (MP-RJ), autor do pedido,
não quiseram se manifestar. O processo corre em segredo de Justiça.
O senador, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, é alvo de
um procedimento de investigação criminal (PIC) aberto pelo MP-RJ no ano
passado com base em relatórios do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) que apontam movimentações atípicas do ex-assessor
parlamentar Fabrício Queiroz. O caso foi revelado pelo jornal O Estado
de S. Paulo em dezembro do ano passado. O senador é investigado por
suspeita de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. Ele
nega.
Na semana passada, o desembargador Antonio Carlos Nascimento Amado,
relator do caso na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio
(TJ-RJ), negou um pedido liminar da defesa para suspender a quebra de
sigilos. Dias antes, o TJ-RJ havia acatado pedido semelhante de uma das
nove empresas que tiveram os sigilos levantados.
Esse tá enrolado até o talo.
Estadão Conteúdo
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon