O presidenteJair Bolsonaro e o presidente francês Emmanuel Macron não terão mais uma reunião bilateral formal em Osaka, à margem do G-20, o que gerou especulações.
O encontro bilateral com Macron estava na agenda oficial de
Bolsonaro, marcada para hoje às 14h25, horário local. Mas uma fonte
disse que a França tinha solicitado a bilateral, e depois alegou que não
era possível conciliar as agendas.
Já um assessor da presidência francesa disse ao Valor, depois de
consultar seus colegas de delegação, que para a França a bilateral com
Bolsonaro nunca fora confirmada formalmente, por isso nem teria como
anular.
Em todo caso, segundo esse assessor, Macron e Bolsonaro deverão se
encontrar informalmente no plenário do G-20, mas isso tem outra
dimensão.
O contexto para o não encontro Bolsonaro-Macron, que posaram lado a lado na foto de família do G-20, alimenta especulações.
O presidente francês desembarcou no Japão ameaçando não assinar o
acordo de livre comércio UE-Mercosul se Bolsonaro retirasse o Brasil do
acordo climático de Paris, ameaçando colocar um entrave nos trabalhos
das negociações entre os dois blocos.
Em seguida, Bolsonaro desembarcou em Osaka advertindo que não veio ao
G20 para receber recriminações de outros chefes de Estado, no que foi
interpretado como uma reação a uma reclamação da chanceler alemã Angela
Merkel sobre o que ela chamou de situação ”dramática” no Brasil com
desmatamento da Amazônia.
Na tarde desta sexta-feira, no horário de Osaka, Bolsonaro vai se
encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, com quem tem mais
afinidades.
O presidente também se encontrou com o primeiro-ministro da Espanha,
Pedro Sánchez. O caso do sargento da Aeronáutica preso com 39 quilos de
cocaína em aeronave que integrava a comitiva presidencial foi abordado
no encontro, segundo Bolsonaro.
“Em primeiro encontro com o Presidente da Espanha, Pedro Sánchez,
aproveitei para agradecê-lo pelo modo como as autoridades espanholas
estão lidando com o caso dos entorpecentes apreendidos em avião da FAB e
reafirmei minha defesa por punição severa para o tráfico”, publicou no
Twitter.
Mais cedo, o presidente se encontrou com o Secretário-Geral da OCDE,
José Ángel Gurría Treviño. “Conversamos sobre os próximos passos para
uma relação ainda mais forte com a organização. Gurría mostrou grande
entusiasmo com nossa agenda de reformas”, escreveu o presidente na mesma
rede social. O Brasil atualmente tenta se tornar membro da OCDE, com
apoio formal dos Estados Unidos.
Bolsonaro também esteve com o presidente do Banco Mundial, David
Malpass. No Twitter, Bolsonaro disse que discutiram “perspectivas da já
sólida parceria entre o Brasil e o Banco. Nosso Governo tem interesse em
seu apoio ao setor produtivo e em maior atuação sua no financiamento de
infraestrutura no Brasil”.
Outra bilateral foi confirmada para Bolsonaro, desta vez com o presidente da Indonésia.
Nossa...
O GLOBO
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