O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirma que recebeu com
“cautela” a indicação feita por Jair Bolsonaro de um nome fora da lista
tríplice para o cargo de procurador-geral da República. Augusto Aras foi
escolhido pelo presidente e contrariou escolha feita pela categoria,
que havia listado três nomes de possíveis sucessores da atual PGR,
Raquel Dodge.
“O País precisa de alguém independente lá (na PGR) e a lista tríplice
contribui para essa independência. Além disso, os nomes da lista
tríplice passaram por um teste de fogo em debates públicos. O histórico e
os planos de gestão deles foram testados e aprovados, de modo
transparente e democrático”, afirmou Dallagnol, em entrevista exclusiva
ao Estadão.
“O procurador-geral tem importantes atribuições, inclusive em matéria
anticorrupção. É ele, por exemplo, que decide investigar ou processar
deputados, senadores e ministros em grande parte dos casos. É ele quem
participa da formação de precedentes no Supremo.”
Por e-mail, Dallagnol falou ao Estado sobre a fase de ataques à Lava
Jato, sobre o esvaziamento no Congresso do pacote anticorrupção do
ministro Sérgio Moro, Justiça e Segurança Pública, dos reveses que a
operação enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF).
Deltan da Lava Jato seu moço.
Estadão Conteúdo
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